Suspeitos do assassinato de jornalista serão julgados na Arábia Saudita
Anúncio do ministro das Relações Exteriores saudita foi feito neste sábado, 27, em resposta ao pedido de extradição da Turquia contra 18 cidadãos sauditas
AFP
Publicado em 27 de outubro de 2018 às 09h45.
Os suspeitos do assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi serão julgados na Arábia Saudita, afirmou o ministro das Relações Exteriores saudita neste sábado em resposta ao pedido de extradição da Turquia.
"Sobre a questão da extradição, esses indivíduos são cidadãos sauditas, eles estão detidos na Arábia Saudita e a investigação será conduzida na Arábia Saudita, e eles serão julgados na Arábia Saudita", disse Adel al Jubeir em uma conferência de segurança em Manama.
A promotoria de Istambul emitiu na sexta-feira um pedido de extradição contra 18 cidadãos sauditas detidos em seu país e suspeitos de estarem "envolvidos neste assassinato premeditado".
De acordo com autoridades turcas , o jornalista foi vítima de um assassinato cuidadosamente premeditado, cometido por uma equipe de agentes enviados por Riad.
A Arábia Saudita negou a princípio a morte do jornalista crítico em relação ao poder no reino, e afirmou que ele deixará o consulado depois de ter entrado no 2 de outubro para providenciar alguns procedimentos administrativos.
As autoridades sauditas acabaram reconhecendo que Jamal Khashoggi havia sido morto durante uma operação "não autorizada" e que o príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, considerado o homem forte do reino, "não havia sido informado" a respeito.
Na quinta-feira, pela primeira vez, o procurador-geral da Arábia Saudita, aguardado neste domingo em Istambul, mencionou, de acordo com informações fornecidas pela Turquia, a ideia de que o assassinato do jornalista foi "premeditado" pelos perpetradores.
"Este caso é o assunto de uma investigação", disse Jubeir.
"Saberemos a verdade, castigaremos os culpados e ativaremos um mecanismo para que isso não volte a ocorrer", prometeu.