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Supremo da Venezuela é instrumento de Maduro, dizem juristas

Comissão Internacional de Juristas (CIJ) acusou o Supremo venezuelano de minar os direitos humanos e infringir a Constituição

Nicolás Maduro: presidente nega as acusações de tomada de poder, dizendo que suas ações visam restaurar a paz depois de meses de protestos e violência (Marco Bello/Reuters)
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Reuters

Publicado em 12 de setembro de 2017 às 09h43.

Genebra - O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela vem desmantelando progressivamente o Estado de Direito e se tornando um instrumento do governo do presidente Nicolás Maduro , o que equivale a um golpe contra a ordem constitucional, disse um grupo internacional de direitos humanos nesta terça-feira.

A Comissão Internacional de Juristas (CIJ) disse que o Supremo minou os direitos humanos e infringiu a Constituição por meio de uma série de veredictos a partir de dezembro de 2015.

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Em duas sentenças de março de 2017, o TSJ "na prática reivindicou poderes legislativos para si mesmo, privando a Assembleia Nacional de seus poderes constitucionais e concedendo poderes amplos e arbitrários ao executivo", disse.

"Estas decisões equivalem a um golpe de Estado contra a ordem constitucional e inauguraram um novo reinado de comando arbitrário", afirmou Sam Zarifi, secretário-geral do CIJ, em um comunicado.

Os juízes do TSJ são majoritariamente do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e/ou ex-autoridades do governo Maduro, disse o grupo de juristas sediado em Genebra.

Maduro nega as acusações de tomada de poder, dizendo que suas ações --incluindo a instalação de uma Assembleia Constituinte que se concedeu poderes legislativos-- objetivam restaurar a paz depois de meses de protestos e violência.

Zarifi disse que o TSJ "emitiu suas decisões baseado em considerações políticas e lealdades ideológicas e partidárias ao poder executivo".

O relatório do CIJ, "O Tribunal Supremo de Justiça: um instrumento do poder executivo", foi divulgado nos bastidores do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), que iniciou uma sessão de três semanas na segunda-feira.

O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein, alertou na segunda-feira que as forças de segurança da Venezuela podem ter cometido crimes contra a humanidade no enfrentamento de manifestantes e pediu uma investigação internacional.

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