Sul-coreanos boicotam produtos japoneses por disputa de ilha
Na Coreia do Sul, os comerciantes declararam "guerra" aos produtos japoneses, como os dispositivos da Sony, devido a uma disputa territorial entre os países vizinhos
Da Redação
Publicado em 7 de março de 2013 às 08h38.
Seul - As latas de cerveja Asahi e os dispositivos Sony desapareceram das prateleiras de muitos estabelecimentos da Coreia do Sul onde os comerciantes, em pleno fervor nacionalista, declararam "guerra" aos produtos japoneses devido a uma disputa territorial entre os países vizinhos.
"Assim que os últimos pacotes dos cigarros japoneses da marca Mild Seven forem vendidos, não irei repor o estoque", garantiu à Agência Efe o comerciante Lee Sang-wook, de 48 anos, que tem uma mercearia no bairro de Sindorim, em Seul.
Assim como a maioria dos sul-coreanos, Lee está indignado com a postura do Japão na disputa pelas ilha Dokdo, como são conhecidas na Coreia.
Um representante de Tóquio participou, no último dia 22 de fevereiro, de um ato que reivindicava a soberania do Japão sobre o pequeno arquipélago, chamado de Takeshima pelos japoneses, o que gerou fortes protestos na Coreia do Sul.
O principal grupo sul-coreano de pequenos comerciantes - que diz representar milhões deles - iniciou o boicote na última sexta-feira, com um protesto em Seul no qual os manifestantes carregavam bandeiras do país e gritavam "Dokdo é Coreia".
Os comerciantes também distribuíram panfletos para pedir aos cidadãos que não comprem nenhum artigo de origem japonesa até que o país se desculpe pela colonização da Coreia (período entre 1910 e 1945) e renuncie a suas ambições territoriais sobre as ilhas que ficam no Mar do Leste (Mar do Japão) e são governadas, de fato, por Seul.
No entanto, na capital sul-coreana, onde o comércio varejista é praticamente um monopólio de grandes redes como a GS25 (sul-coreana) e a 7Eleven (de um grupo empresarial japonês), o boicote não surtiu efeitos já que o número de lojas independentes é muito limitado.
"Não notei que menos artigos japoneses estejam à venda", afirmou o lojista de um estabelecimento 24 horas da rede Buy The Way, o que confirma que o fato de que a causa do boicote não preocupa tanto parte dos cidadãos.
"Escutei algo, mas não pensei em deixar de comprar produtos japoneses", declarou Kim Dong-hyun, de 23 anos, após pegar duas latas da cerveja japonesa Sapporo na geladeira de uma das lojas da 7Eleven na Coreia.
O jovem confessou, no entanto, estar "farto" de que o Japão reivindique a posse de Dokdo, que "é, claramente, território da Coreia", uma afirmação taxativa que representa o sentimento dos 50 milhões de sul-coreanos.
Alimentada durante anos pelas autoridades de Seul, a paixão por Dokdo no país é imensamente maior que as ilhas em si.
Com menos de 0,2 quilômetros quadrados e habitadas por um casal de idosos sul-coreanos, as duas ilhas e as 35 rochas que compõem o arquipélago ocupam amplos espaços midiáticos na Coreia do Sul, de notícias a documentários e filmes.
Algumas instituições públicas, como a televisão "KBS", mantêm telas, dentro de suas instalações, que transmitem imagens ao vivo de Dokdo.
O governo, que realiza incessantes esforços diplomáticos para divulgar a postura sul-coreana sobre o assunto, também reforçou na semana passada sua campanha educativa sobre Dokdo, ao impor 10 horas anuais de aulas obrigatórias nos colégios dedicadas exclusivamente ao arquipélago.
A "febre" por Dokdo tem origem no ressentimento histórico dos sul-coreanos em relação ao Japão, que durante seu domínio colonial submeteu o país vizinho a abusos, entre eles, o uso de milhares de jovens coreanas como escravas sexuais dos soldados japoneses.
Por essa razão, cada inclusão de "Takeshima" em mapas ou livros de texto japoneses e cada declaração pública de soberania por parte de Tóquio atiçam a chama do orgulho nacional na Coreia do Sul.
Seul - As latas de cerveja Asahi e os dispositivos Sony desapareceram das prateleiras de muitos estabelecimentos da Coreia do Sul onde os comerciantes, em pleno fervor nacionalista, declararam "guerra" aos produtos japoneses devido a uma disputa territorial entre os países vizinhos.
"Assim que os últimos pacotes dos cigarros japoneses da marca Mild Seven forem vendidos, não irei repor o estoque", garantiu à Agência Efe o comerciante Lee Sang-wook, de 48 anos, que tem uma mercearia no bairro de Sindorim, em Seul.
Assim como a maioria dos sul-coreanos, Lee está indignado com a postura do Japão na disputa pelas ilha Dokdo, como são conhecidas na Coreia.
Um representante de Tóquio participou, no último dia 22 de fevereiro, de um ato que reivindicava a soberania do Japão sobre o pequeno arquipélago, chamado de Takeshima pelos japoneses, o que gerou fortes protestos na Coreia do Sul.
O principal grupo sul-coreano de pequenos comerciantes - que diz representar milhões deles - iniciou o boicote na última sexta-feira, com um protesto em Seul no qual os manifestantes carregavam bandeiras do país e gritavam "Dokdo é Coreia".
Os comerciantes também distribuíram panfletos para pedir aos cidadãos que não comprem nenhum artigo de origem japonesa até que o país se desculpe pela colonização da Coreia (período entre 1910 e 1945) e renuncie a suas ambições territoriais sobre as ilhas que ficam no Mar do Leste (Mar do Japão) e são governadas, de fato, por Seul.
No entanto, na capital sul-coreana, onde o comércio varejista é praticamente um monopólio de grandes redes como a GS25 (sul-coreana) e a 7Eleven (de um grupo empresarial japonês), o boicote não surtiu efeitos já que o número de lojas independentes é muito limitado.
"Não notei que menos artigos japoneses estejam à venda", afirmou o lojista de um estabelecimento 24 horas da rede Buy The Way, o que confirma que o fato de que a causa do boicote não preocupa tanto parte dos cidadãos.
"Escutei algo, mas não pensei em deixar de comprar produtos japoneses", declarou Kim Dong-hyun, de 23 anos, após pegar duas latas da cerveja japonesa Sapporo na geladeira de uma das lojas da 7Eleven na Coreia.
O jovem confessou, no entanto, estar "farto" de que o Japão reivindique a posse de Dokdo, que "é, claramente, território da Coreia", uma afirmação taxativa que representa o sentimento dos 50 milhões de sul-coreanos.
Alimentada durante anos pelas autoridades de Seul, a paixão por Dokdo no país é imensamente maior que as ilhas em si.
Com menos de 0,2 quilômetros quadrados e habitadas por um casal de idosos sul-coreanos, as duas ilhas e as 35 rochas que compõem o arquipélago ocupam amplos espaços midiáticos na Coreia do Sul, de notícias a documentários e filmes.
Algumas instituições públicas, como a televisão "KBS", mantêm telas, dentro de suas instalações, que transmitem imagens ao vivo de Dokdo.
O governo, que realiza incessantes esforços diplomáticos para divulgar a postura sul-coreana sobre o assunto, também reforçou na semana passada sua campanha educativa sobre Dokdo, ao impor 10 horas anuais de aulas obrigatórias nos colégios dedicadas exclusivamente ao arquipélago.
A "febre" por Dokdo tem origem no ressentimento histórico dos sul-coreanos em relação ao Japão, que durante seu domínio colonial submeteu o país vizinho a abusos, entre eles, o uso de milhares de jovens coreanas como escravas sexuais dos soldados japoneses.
Por essa razão, cada inclusão de "Takeshima" em mapas ou livros de texto japoneses e cada declaração pública de soberania por parte de Tóquio atiçam a chama do orgulho nacional na Coreia do Sul.