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Suécia faz eleição parlamentar em meio ao auge da extrema-direita

Pleito é marcado pela igualdade entre os dois principais blocos políticos e pela a ascensão da extrema-direita

Jimmie Akesson: Líder do partido ultradireitista Democratas Suecos vota em eleição na Suécia neste domingo (9) (Ints Kalnins/Reuters)
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EFE

Publicado em 9 de setembro de 2018 às 13h58.

Última atualização em 9 de setembro de 2018 às 13h58.

Estocolmo - Os suecos votam neste domingo (9) nas eleições gerais sem que haja um claro favorito, já que a igualdade entre os blocos, de acordo com as pesquisas, e a disparada do ultradireitista Democratas Suecos (SD) podem ser duas questões chave para a formação de um governo.

"Assumo que vão ganhar muitos votos. Claro que tenho um pouco de medo, não acredito em sua forma de fazer política. Mas também é necessário discutir temas como a imigração na sociedade", disse à Agência Efe Camilla, uma consultora de 44 anos, após votar no Partido Conservador em um colégio eleitoral do centro da capital.

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Ulf, um analista do mercado financeiro de 35 anos, confessa que votou em uma das quatro forças que constituem a Aliança de Centro-Direita, o Partido de Centro, por sua postura aberturista para os refugiados, "uma rareza hoje em dia".

"Democratas Suecos são uma ameaça para a democracia. Jimmie Åkesson, seu líder, é muito hábil, mas sob a superfície toma atitudes antidemocráticas. Não seria bom para Suécia que ganhassem muitos votos", disse sobre um partido que poderia se transformar na segunda força política.

Em termos mais duros se referiu Linda, uma documentarista sueca de origem cubana de 46 anos, que classificou o SD de "racista" e "nazista" e lamenta que a onda de refugiados registrada na Suécia nos últimos anos tenha feito com que muita gente, sobretudo do mundo rural, tenha "medo" dos imigrantes.

"As acusações ao SD são estúpidas. O que acontece que 25% da população é nazista? Houve nazistas no início, mas não agora. E os partidos que dizem isso antes eram comunistas", diz Peter, de 65 anos e votante nos Democratas Suecos, em referência às forças de esquerda.

Para ele, a Suécia é um país "à beira do colapso", que tem um futuro "muito ruim" e que se seguir assim, sua economia desabará em um par de anos.

No que concorda a maioria dos eleitores - que podem votar hoje entre 8h e 20h - é na incerteza sobre qual será o resultado final e, a partir disso, os partidos integrarão um hipotético governo.

"Não sei qual será o resultado. A Aliança diz que não quer falar com o SD, mas necessitará de seus votos", explica Peter.

Tanto Ulf como Camilla concordam que esperam que o bloco de centro-esquerda do primeiro-ministro, Stefan Löfven, tenha mais votos do que a Aliança e tente formar governo, mas a decisão da centro-direita de não isolar o SD faz provável um executivo em minoria com alguma forma de apoio externo da extrema-direita.

"Vai ser muito difícil saber o que vai acontecer, será caótico. Espero que mostremos que não somos como o resto de Europa. A Suécia foi um país exemplar no acolhimento de pessoas, espero que siga sendo assim. É muito importante mostrar a cor da Suécia, quem somos e onde temos o coração", afirmou Linda.

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