Mulher é presa em Dubai por ter consumido taça de vinho durante o voo
Segundo ONG, sueca viajava com a filha de 4 anos e foi presa após admitir o consumo álcool no voo da Emirates que saiu do Reino Unido
Gabriela Ruic
Publicado em 10 de agosto de 2018 às 11h37.
Última atualização em 10 de agosto de 2018 às 11h40.
São Paulo – Uma sueca passou três dias presa em Dubai , nos Emirados Árabes Unidos, por ter bebido uma taça de vinho durante o voo, que partiu do Reino Unido e era operado pela companhia aérea Emirates. A informação foi divulgada pela organização não governamental Detidos em Dubai ( Detained in Dubai ), especializada em prestar assistência para pessoas enfrentando problemas jurídicos no país, e repercutida pelo jornal britânico The Guardian.
Ellie Holman, dentista de 44 anos que reside no Reino Unido com o marido e três filhos, viajava na companhia da filha de 4 anos para passar cinco dias visitando amigos. Ao desembarcarem, um oficial da imigração questionou a validade dos vistos e disse que teriam de retornar para Londres imediatamente. Ela começou a filmar o incidente por considerar o comportamento do oficial rude, que então a perguntou sobre consumo de álcool, fato que ela admitiu.
Segundo a ONG, os comportamentos são proibidos no país, algo que Ellie descobriu depois, e foram usados para fundamentar sua prisão. Segundo informações do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, "o consumo de álcool é permitido somente para não-muçulmanos em restaurantes e bares de hotéis internacionais e espaços privados, bem como nas residências particulares (para residentes detentores de licença para aquisição de álcool)."
“Os Emirados mantêm uma imagem de fachada de que o consumo de álcool é legal para visitantes”, disse ao The Guardian a CEO da ONG, Radha Stirling, “é absolutamente ilegal para qualquer turista ter álcool no sangue, mesmo se consumido durante um voo de uma aérea que é de Dubai”, explicou à publicação. Nas redes sociais, Radha questionou a possibilidade de a Emirates ser responsabilizada pelo incidente.
Mãe e filha tiveram seus passaportes confiscados e Ellie disse ter sido proibida de ligar para seu marido, que estava no Reino Unido, e passou por um exame de sangue para comprovar o consumo de álcool. Três dias depois, foram liberadas sob fiança, mas o passaporte da sueca segue apreendido. A filha retornou ao Reino Unido e ela agora aguarda a audiência e corre o risco de passar até um ano presa.