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Sol, balança, águia e cavalo atraem o voto de egípcios

"Eu vou escolher a águia", disse à Agência Efe Safaa Ibrahim, de 55 anos, enquanto esperava pacientemente para votar numa zona eleitoral no Cairo

Se existe algo em que a população do país concorda, é que além de restaurar e democracia é preciso reduzir o enorme índice de analfabetismo do país (Peter Macdiarmid/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de maio de 2012 às 13h52.

Cairo - Um sol, uma balança, um cavalo, uma águia e uma escada de mão são alguns dos desenhos que aparecem nas cédulas eleitorais egípcias, onde em função de uma alta taxa de analfabetismo também é adotado um sistema simbólico de identificação dos candidatos.

No Egito , cerca de 40% da população tem dificuldades para ler, por isso nas propagandas eleitorais espalhadas nas ruas ao lado da foto dos candidatos aparece um desenho, o que facilita a identificação dos aspirantes à presidência.

"Eu vou escolher a águia", disse à Agência Efe Safaa Ibrahim, de 55 anos, enquanto esperava pacientemente para votar numa zona eleitoral no Cairo.

A eleitora se referia ao símbolo do candidato nasserista Hamdin Sabahi, em quem votaria por insistência de seu filho, "um revolucionário".

Para Safaa, os símbolos são imprescindíveis: "sem eles necessitaria da ajuda de alguém para preencher a cédula, e algum seguidor de outro candidato poderia tentar me enganar".

Os ícones foram escolhidos em abril pela Comissão Suprema Eleitoral Presidencial, que definiu para os candidatos dos partidos o emblema de sua formação política e ofereceu novos desenhos aos independentes.

Desta forma, o candidato do Partido Liberdade e Justiça, braço político da Irmandade Muçulmana, Mohammed Mursi, surge ao lado de uma balança, o ícone da legenda.

Outro dos favoritos, o ex-secretário-geral da Liga Árabe Amre Moussa, elegeu o sol, enquanto o islamita moderado Abde Moneim Abul Futuh optou por um cavalo, e o ex-primeiro-ministro Ahmed Shafiq por uma escada de mão.

A alguns não ficaram satisfeitos pelas figuras oferecidas pela Comissão Eleitoral, por isso solicitaram outros símbolos, como foi o caso de Sabahi, que escolheu a águia, ou do advogado revolucionário Khaled Ali, que se inclinou por uma árvore.

Uma pirâmide, um carro, um relógio, um guarda-chuva e uma estrela são os outros símbolos da disputa eleitoral, que aparecem nos anúncios e cédulas eleitorais.

Nas redes sociais, as análises sobre os símbolos não demoraram, e os internautas concluíram que o cavalo de Abul Futuh significa que o candidato espera que o "Egito avance rápido", a balança de Mursi procura "justiça", enquanto a águia de Sabahi promete "fortalecer o país".

Este sistema de voto foi elaborado na década de 1950, após a revolução dos Oficiais Livres que derrubou a monarquia, e nas últimas eleições legislativas foram usados mais de 200 desenhos.

De acordo com os juízes das zonas eleitorais consultados pela Efe em vários centros de votação do Cairo, o sistema é necessário para integrar os analfabetos no processo, mas não é suficiente para que eles participem de forma totalmente livre.

O baixo nível educacional dos egípcios, segundo eles, aumenta as possiblidades de manipulação eleitoral.

E se existe algo em que a população do país concorda, é que além de restaurar e democracia e melhorar a economia e a segurança, é preciso reduzir o enorme índice de analfabetismo do país.

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Cairo - Um sol, uma balança, um cavalo, uma águia e uma escada de mão são alguns dos desenhos que aparecem nas cédulas eleitorais egípcias, onde em função de uma alta taxa de analfabetismo também é adotado um sistema simbólico de identificação dos candidatos.

No Egito , cerca de 40% da população tem dificuldades para ler, por isso nas propagandas eleitorais espalhadas nas ruas ao lado da foto dos candidatos aparece um desenho, o que facilita a identificação dos aspirantes à presidência.

"Eu vou escolher a águia", disse à Agência Efe Safaa Ibrahim, de 55 anos, enquanto esperava pacientemente para votar numa zona eleitoral no Cairo.

A eleitora se referia ao símbolo do candidato nasserista Hamdin Sabahi, em quem votaria por insistência de seu filho, "um revolucionário".

Para Safaa, os símbolos são imprescindíveis: "sem eles necessitaria da ajuda de alguém para preencher a cédula, e algum seguidor de outro candidato poderia tentar me enganar".

Os ícones foram escolhidos em abril pela Comissão Suprema Eleitoral Presidencial, que definiu para os candidatos dos partidos o emblema de sua formação política e ofereceu novos desenhos aos independentes.

Desta forma, o candidato do Partido Liberdade e Justiça, braço político da Irmandade Muçulmana, Mohammed Mursi, surge ao lado de uma balança, o ícone da legenda.

Outro dos favoritos, o ex-secretário-geral da Liga Árabe Amre Moussa, elegeu o sol, enquanto o islamita moderado Abde Moneim Abul Futuh optou por um cavalo, e o ex-primeiro-ministro Ahmed Shafiq por uma escada de mão.

A alguns não ficaram satisfeitos pelas figuras oferecidas pela Comissão Eleitoral, por isso solicitaram outros símbolos, como foi o caso de Sabahi, que escolheu a águia, ou do advogado revolucionário Khaled Ali, que se inclinou por uma árvore.

Uma pirâmide, um carro, um relógio, um guarda-chuva e uma estrela são os outros símbolos da disputa eleitoral, que aparecem nos anúncios e cédulas eleitorais.

Nas redes sociais, as análises sobre os símbolos não demoraram, e os internautas concluíram que o cavalo de Abul Futuh significa que o candidato espera que o "Egito avance rápido", a balança de Mursi procura "justiça", enquanto a águia de Sabahi promete "fortalecer o país".

Este sistema de voto foi elaborado na década de 1950, após a revolução dos Oficiais Livres que derrubou a monarquia, e nas últimas eleições legislativas foram usados mais de 200 desenhos.

De acordo com os juízes das zonas eleitorais consultados pela Efe em vários centros de votação do Cairo, o sistema é necessário para integrar os analfabetos no processo, mas não é suficiente para que eles participem de forma totalmente livre.

O baixo nível educacional dos egípcios, segundo eles, aumenta as possiblidades de manipulação eleitoral.

E se existe algo em que a população do país concorda, é que além de restaurar e democracia e melhorar a economia e a segurança, é preciso reduzir o enorme índice de analfabetismo do país.

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