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"Sobrevivente designado": a pessoa que assume os EUA se tudo der errado

Parece filme, mas é real: quando o alto-escalão do governo dos EUA se reúne, alguém é escondido para tocar o país em caso de uma tragédia

Ator Kiefer Sutherland na série "Designated Survivor": pessoa que ocupa esse posto deve preencher os requisitos para ser presidente dos EUA (Netflix/Divulgação)

Gabriela Ruic

Publicado em 2 de fevereiro de 2019 às 06h00.

Última atualização em 2 de fevereiro de 2019 às 06h00.

São Paulo - Parece coisa de filme e de fato já foi enredo de produções hollywoodianas: enquanto o presidente dos Estados Unidos e os principais líderes do Congresso se reúnem, o Serviço Secreto conduz um membro do governo para um lugar afastado e cuja localização é mantida em total confidencialidade. Um ataque terrorista dizima todos, restando a pessoa em questão a tarefa de reerguer o governo em meio ao caos.

Essa figura recebeu o apelido informal de “sobrevivente designado” e é uma prática real nos Estados Unidos que remonta a década de 60. Na época, a guerra fria com a União Soviética trazia à tona o temor de que um ataque pudesse aniquilar o país como um todo, bem como suas instituições.

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O “sobrevivente designado” é escolhido momentos antes do tradicional discurso sobre o “Estado da União”, quando o mandatário fala aos membros do Congresso no Capitólio, o centro legislativo do governo. No ano passado, por exemplo, foi o Secretário da Agricultura, Sonny Perdue, o escolhido para a tarefa durante o primeiro discurso do atual presidente, Donald Trump . Ainda não se sabe quem fará esse papel nesta terça, 5, quando Trump discursará novamente.

Essa pessoa é um membro do gabinete do presidente e deve preencher os requisitos para ocupar o cargo, como ter no mínimo 35 anos de idade. Durante o evento, o “sobrevivente designado” recebe tratamento presidencial, mas também carrega a responsabilidade de tomar decisões difíceis, como a de ordenar um ataque nuclear e digitar o código que permite que isso aconteça.

“Eu não me recordo de ter recebido instruções específicas sobre o que fazer se o pior acontecesse”, escreveu o “sobrevivente designado” do ex-presidente Bill Clinton, Dan Glickman. Secretário da Agricultura, foi escolhido para o posto em 1997. “Tudo o que eu sabia era que poderia ordenar aos militares que ativassem uma resposta militar, como uma bomba nuclear”, continuou, “até hoje não sei se eu teria a coragem de fazer isso”.

Mas antes que essa pessoa assuma as rédeas do Salão Oval, há uma linha sucessória que deve ser respeitada e que consta no Ato Presidencial de 1947. Supondo um evento dramático que incapacite o presidente, é o vice-presidente quem assume a Casa Branca. Se ele não puder fazer isso, entra em cena o porta-voz do Senado.

Caso o porta-voz do Senado não possa ocupar o cargo, é a vez do chamado “presidente pro tempore”, que é a segunda figura mais importante dessa casa. Só depois é que entram na jogada os membros do gabinete daquele presidente. Veja a linha sucessória do governo dos Estados Unidos:

Secretário de Estado
Secretário do Tesouro
Secretário da Defesa
Procurador-geral
Secretário do Interior
Secretário da Agricultura
Secretário do Comércio
Secretário do Trabalho
Secretário da Saúde e Serviços Humanos
Secretário da Habitação e Desenvolvimento Urbano
Secretário dos Transportes
Secretário de Energia
Secretário da Educação
Secretário de Assuntos de Veteranos
Secretário de Segurança Interna

Caso você esteja se perguntando, o personagem fictício Tom Kirkman, papel do ator Kiefer Sutherland na série “Designated Survivor”, disponível no Brasil na Netflix , seria o 13º nome na linha sucessória da Presidência dos Estados Unidos.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEleições americanasEstados Unidos (EUA)

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