Mundo

Situação tranquila de Israel com palestinos é ilusão

"Quem acredita na ilusão de que o status quo entre nós e os palestinos pode continuar será vítima de sua própria ilusão", afirma o presidente de Israel


	Shimon Peres: segundo o chefe de Estado, a paz é "uma necessidade não só para Israel, mas também para o inimigo"
 (Getty Images)

Shimon Peres: segundo o chefe de Estado, a paz é "uma necessidade não só para Israel, mas também para o inimigo" (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2013 às 17h27.

Jerusalém - O presidente de Israel, Shimon Peres, advertiu nesta quarta-feira que a situação de relativa calma com os palestinos não continuará e que os que pensam assim serão "vítimas de sua própria ilusão".

"Quem acredita na ilusão de que o status quo entre nós e os palestinos pode continuar será vítima de sua própria ilusão", disse Peres em discurso no Parlamento israelense (Knesset) em lembrança ao 18º aniversário do assassinato do primeiro-ministro Yitzhak Rabin.

Segundo o chefe de Estado, que participou da negociação dos acordos de paz de Oslo pelos quais Rabin foi assassinado, a paz é "uma necessidade não só para Israel, mas também para o inimigo" e também pediu ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que "tome uma iniciativa" para resolver o conflito antes haja mais mortes.

"Os líderes são avaliados pelos objetivos que se impõem a si mesmos e por definir o caminho para conseguo-los, inclusive, se a realidade aparentar ser rebelde", ressaltou.

Nas três últimas décadas, os palestinos lutaram contra a ocupação israelense em duas Intifadas, a primeira entre 1987 e 1993 - interrompida pelo processo de Oslo -, e a segunda de 2000 a 2004.

O governo do líder palestino Mahmoud Abbas apagou pouco a pouco a violência e as duas partes tentaram chegar a um acordo por meio de negociações em 2008 e 2010.


O 18º aniversário da morte de Rabin, assassinado em 1995 por um ultranacionalista que era contra a paz com os palestinos, é lembrado no começo de um novo processo negociações de paz entre os dois povos mediado pelos Estados Unidos.

Um processo que, de acordo com as declarações dos líderes palestinos, não consegue progredir e que poderia desmoronar a qualquer momento.

Em uma sessão parlamentar, na qual um terço dos 120 deputados estava ausente, Netanyahu garantiu que sua intenção é seguir trabalhando "para dar oportunidade à paz".

"Não queremos um estado binacional, mas ao mesmo tempo também não queremos uma filial do Irã em Judéia e Samaria (nomes bíblicos para a Cisjordânia)", afirmou ao referir-se às relações entre o país do Golfo Pérsico, inimigo de Israel, e o grupo islâmico Hamas, que governa a Faixa de Gaza, de onde expulsou, em 2007, os seguidores de Abbas.

Já a chefe da oposição e líder trabalhista, Sheli Yacimovich, pediu que o primeiro-ministro aproveitasse "esta oportunidade histórica para a paz", e cessasse as campanhas de "intimidação e ameaças".

O assassinato de Rabin é lembrado em Israel de acordo com o calendário hebreu, no dia 12 do mês de Heshván (hoje), e não segundo o gregoriano pelo qual a data seria no dia 4 de novembro. 

Acompanhe tudo sobre:IsraelPalestina

Mais de Mundo

Trump nomeia Keith Kellogg como encarregado de acabar com guerra na Ucrânia

México adverte para perda de 400 mil empregos nos EUA devido às tarifas de Trump

Israel vai recorrer de ordens de prisão do TPI contra Netanyahu por crimes de guerra em Gaza

SAIC e Volkswagen renovam parceria com plano de eletrificação