Sírios e ucranianos se unem em protesto contra Putin em Berlim
Junto a eles, havia cem ursos de pelúcia ensanguentados e vendados, colocados pela ONG Avaaz para pedir o fim dos bombardeios
EFE
Publicado em 19 de outubro de 2016 às 20h38.
Berlim - Dezenas de sírios e ucranianos se uniram nesta quarta-feira para protestar contra o presidente da Rússia, Vladimir Putin , em sua chegada a Berlim, onde participará de uma reunião com a chanceler da Alemanha , Angela Merkel, e os presidentes da França, François Hollande, e Ucrânia, Petro Poroshenko.
Junto a eles, havia cem ursos de pelúcia ensanguentados e vendados, colocados pela ONG Avaaz para pedir o fim dos bombardeios de aviões russos e sírios sobre Aleppo e proteção para as crianças que ainda estão presas dentro da cidade.
Por volta das 16h30 GMT, mais de uma hora depois da chegada de Hollande e Poroshenko, Merkel recebeu o presidente russo enquanto os manifestantes pediam a saída de Putin e o fim da guerra.
O objetivo formal da cúpula é tentar desbloquear o conflito no leste da Ucrânia, mas Merkel antecipou ontem a intenção de, ao lado de Hollande, abordar com Putin o drama humanitário na Síria.
Com os sapatos na mão como sinal de oposição e slogans contrários ao regime do presidente Bashar al Assad, dezenas de jovens sírios residentes na Alemanha pediram o fim da guerra no país e entoavam palavras de ordem contra a Rússia.
A poucos passos deles, os ativistas da Avaaz pediam o fim dos bombardeios sobre Aleppo. Segundo dados da organização, cerca de 275 mil pessoas, entre elas 100 mil crianças, estão sitiadas na cidade com acesso limitado a água, comida e remédios.
Após cinco anos de guerra, explicou à Agência Efe o responsável pelas campanhas da ONG, Christoff Schott, não se deve perder a esperança.
Para ele, Merkel pode desempenhar um papel-chave ao dizer a Putin que já basta, exigindo o fim dos ataques contra Aleppo.
Pouco antes do início da cúpula em Berlim, a Rússia anunciou que a pausa humanitária de amanhã em Aleppo terá 11 horas, uma extensão em relação as oito horas inicialmente previstas, atendendo aos pedidos das organizações humanitárias internacionais.
A chanceler alemã alertou que não se pode esperar "nenhum milagre" da região de hoje e afirmou que todas as opções estão sobre a mesa, incluindo novas sanções contra a Rússia.
Junto aos ativistas síris e com Putin como inimigo comum, um grupo de ucranianos protestou para denunciar a presença contínua de forças pró-Rússia no leste do país.
A metros de distância, outro grupo de cidadãos do país chamava Poroshenko de "assassino de seu próprio povo e marionete dos Estados Unidos".