Síria repudia passagem forçada de comboios humanitários
A delegação síria na ONU dirigiu aos 15 membros do Conselho uma carta datada de 18 de junho e assinada por um grupo de juristas sírios e árabes
Da Redação
Publicado em 20 de junho de 2014 às 20h19.
A Síria advertiu o Conselho de Segurança da ONU que vai considerar uma agressão qualquer tentativa de passar, sem sua aprovação, comboios humanitários por suas fronteiras externas.
A delegação síria na ONU dirigiu aos 15 membros do Conselho uma carta datada de 18 de junho e assinada por um grupo de juristas sírios e árabes.
No texto, afirma-se que, "para fazer entrar qualquer ajuda humanitária em um país-membro da ONU, é preciso obter o acordo prévio desse país".
Falando em "pretexto para uma agressão", a Síria se opõe a essas passagens transfronteiriças, porque os serviços de socorro chegariam diretamente às áreas controladas pela oposição armada, especialmente na fronteira turca.
Segundo a carta, socorrer "em coordenação com as organizações terroristas e sem consultar o Estado sírio equivaleria a um ataque" contra o país.
As discussões se sucedem no Conselho há várias semanas para alcançar um projeto de resolução que permita a passagem dos comboios pelas fronteiras de Turquia, Jordânia, Iraque e Síria. Segundo os diplomatas, as negociações sobre o texto estão paralisadas.
A Rússia, que preside o Conselho em junho, propôs uma "fórmula elegante e inovadora" para controlar os comboios, mas seus sócios ocidentais ainda não aceitaram a sugestão, como reclamou na sexta-feira passada o embaixador russo na organização, Vitali Churkin.
De acordo com o representante australiano, Gary Quinlan, a proposta russa "ainda é insuficiente" e potencialmente contraproducente.
"Não estamos convencidos de que possa funcionar no terreno e melhorar o acesso" humanitário à Síria.