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Sindicato do setor automotivo estende greve nos EUA a grande montadora da GM

Trabalhadores pedem a GM, Ford e Stellantis melhorias salariais de acordo com os resultados financeiros das empresas

Greve nos Estados Unidos: membros do sindicato UAE diante das instalações da Stellantis em Michigan, em 22 de setembro de 2023 (Agence France-Presse/AFP)

Greve nos Estados Unidos: membros do sindicato UAE diante das instalações da Stellantis em Michigan, em 22 de setembro de 2023 (Agence France-Presse/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 24 de outubro de 2023 às 14h56.

O sindicato do setor automotivo americano UAW anunciou, nesta terça-feira, 24, uma nova extensão de sua greve, desta vez para uma grande montadora da gigante General Motors (GM), alegando que os lucros da companhia justificam que os trabalhadores obtenham "uma parte justa".

A decisão do sindicato United Auto Workers amplia a paralisação, em vigor há quase seis semanas, à montadora da GM em Arlington, Texas (sul), e a outros 5.000 trabalhadores, depois que o grupo divulgou resultados superiores às expectativas para o terceiro trimestre do ano.

O anúncio ocorre um dia depois de uma ampliação da greve a uma grande planta de sua concorrente, a Stellantis.

Os trabalhadores pedem aos "três grandes" do setor nos Estados Unidos - GM, Ford e Stellantis - melhorias salariais de acordo com os resultados financeiros das empresas.

"Ano recorde, contrato recorde"

Nesta terça-feira, a GM anunciou um lucro líquido por ação de 2,28 dólares no terceiro trimestre, quando o consenso dos analistas previa US$ 1,87. No entanto, o lucro líquido interanual caiu 7,3% a US$ 3,06 bilhões (pouco mais de R$ 15 bilhões).

Seu faturamento aumentou 5,4% a US$ 44,13 bilhões (pouco mais de R$ 220 bilhões) no período avaliado.

"Outro trimestre recorde, outro ano recorde. Como temos dito há meses: lucros recorde levam a contratos recorde", disse Shawn Fain, presidente do UAW, citado em comunicado após a divulgação dos resultados.

De acordo com o UAW, o movimento grevista atinge agora “a (fábrica) mais importante e lucrativa da GM".

O fabricante reagiu ressaltando sua “decepção com a escalada desta greve inútil e irresponsável”, que “afeta os nossos colaboradores, que sacrifica sua qualidade de vida, e que tem um efeito colateral negativo nos nossos concessionários, nos nossos fornecedores e nas comunidades” que dependem da atividade da empresa.

A GM defendeu sua última oferta apresentada ao sindicato na semana passada, que a empresa disse ter aumentado “em cerca de 25% ofertas já substanciais e históricas”.

“É hora de encerrar esse processo”, acrescentou a empresa.

Ontem, 6.800 trabalhadores aderiram à suspensão do trabalho em uma fábrica de caminhões RAM da Stellantis, “a maior e mais lucrativa” do grupo localizada na cidade de Sterling Heights.

O total de membros do UAW é de 146 mil, distribuídos entre as “três grandes” de Detroit, que, pela primeira vez, enfrentam uma greve simultânea. Desse total de trabalhadores sindicalizados, mais de 45 mil se mantêm em greve.

Oito montadoras e 38 centros de distribuição de autopeças são afetados pela paralisação em 22 estados do país.

As partes negociam convenções coletivas de quatro anos, em negociações que incluem aposentadorias e medidas para adaptar os rendimentos à evolução do custo de vida.

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