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Setor agrícola vê com cautela novo ministro; laço político ajuda

Ribeiro tem um perfil técnico e é próximo de Dilma, criando um clima de cautela com as instituições agropecuárias

Mendes Ribeiro teve atuação destacada na votação do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Mendes Ribeiro teve atuação destacada na votação do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

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Da Redação

Publicado em 18 de agosto de 2011 às 14h20.

São Paulo - Entidades agropecuárias receberam com cautela a nomeação do novo ministro da Agricultura, o deputado Mendes Ribeiro, que não tem um perfil técnico, mas ponderam que sua proximidade com a presidente Dilma Rousseff pode ser favorável ao setor.

Líder do governo no Congresso, o deputado Mendes Ribeiro (PMDB-RS) foi confirmado nesta quinta-feira pela Casa Civil como novo ministro da pasta.

Mendes Ribeiro substitui Wagner Rossi, que pediu demissão do cargo após recentes denúncias de irregularidades envolvendo auxiliares próximos além dele mesmo. Rossi é o quarto ministro a deixar o governo em meio a denúncias.

"Nós, o setor, estamos perplexos porque foi nomeado um ministro que não é da área... Não o conheço. O perfil dele não vem da produção rural", disse Rui Prado, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Estado que está entre os maiores produtores do setor agropecuário do país.

Prado afirmou que primeiro será preciso conhecer e conversar com o novo ministro. "A gente vai ver depois... quando ele tomar as primeiras medidas, depois que ele começar", afirmou.

O presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesário Ramalho, também expressou preocupação. "Do ponto de vista da agricultura, (a mudança) é uma tragédia. A Agricultura vai sofrer muito até que ele conheça mais o setor", afirmou.

Na avaliação de Ramalho, o ex-ministro Rossi, que também não tinha um perfil técnico, chegou ao cargo após quase dois anos na Companhia Nacional do Abastecimento, onde pôde tomar conhecimento dos temas.

Sobre Mendes Ribeiro, o presidente da SRB afirmou que uma vantagem é sua proximidade do Planalto.

"Do ponto de vista político é muito bom, porque ele está muito perto da estrutura do governo".

O presidente da Abipecs, do setor de carnes, Pedro de Camargo Neto, também se referiu aos laços do novo ministro com a presidente.


"É um deputado muito próximo à Dilma e de um Estado agrícola... O currículo dele é de ser próximo à Dilma, o que ajuda porque fortalece o ministério. Vamos ver o que ele traz."

O tom de cautela fez com que algumas entidades preferissem não fazer comentários sobre o novo ministro.

A Abiove, entidade que reúne a indústria nacional de óleos vegetais, declinou comentar a mudança por não conhecer o ministro "que não vem do setor agrícola".

O Departamento do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), também não quis comentar.

Já o presidente da Associação dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes, que estava nesta quinta-feira em Brasília, observou que o "importante para nós (da agricultura) é que o novo ministro seja um bom cobrador... que faça o ministério funcionar, especialmente quando se tem problemas na exportação, porque estes não podem esperar".

Mendes Ribeiro teve atuação destacada na votação do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados.

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