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Ser ou não ser? O discurso de May

Um espectro ronda a Europa. O referendo que tirou o Reino Unido da União Europeia, o Brexit, votado em junho do ano passado pelos britânicos, ainda é uma grande incógnita para o continente. Em um discurso marcado para hoje, antes de ir para o Fórum Econômico de Davos, espera-se que a primeira-ministra britânica, Theresa May, […]

THERESA MAY: Primeira-ministra espera que início das negociações formais sobre a saída de um país comunitário da UE comece no dia 7 de março / Carl Court - WPA Pool/Getty Images (Carl Court - WPA Pool/Getty Images/Getty Images)

THERESA MAY: Primeira-ministra espera que início das negociações formais sobre a saída de um país comunitário da UE comece no dia 7 de março / Carl Court - WPA Pool/Getty Images (Carl Court - WPA Pool/Getty Images/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de janeiro de 2017 às 05h44.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h21.

Um espectro ronda a Europa. O referendo que tirou o Reino Unido da União Europeia, o Brexit, votado em junho do ano passado pelos britânicos, ainda é uma grande incógnita para o continente. Em um discurso marcado para hoje, antes de ir para o Fórum Econômico de Davos, espera-se que a primeira-ministra britânica, Theresa May, dê alguma sinalização sobre como será a saída. 

Analistas aguardam um pronunciamento que sinalize um “Hard Brexit”, uma saída dura, principalmente para a economia — é esperado que May elenque como prioridades cuidar das fronteiras e fugir da jurisdição das cortes europeias. Os acordos de comércio ficariam para um segundo momento. O restante da Europa já sinalizou que deve dificultar as negociações quanto ao acesso ao mercado comum europeu caso o Reino Unido de fato abandone o bloco.

Os mercados temem pelo pior: só ontem a libra esterlina caiu 1,4% em relação ao dólar, chegando a um patamar que não atingia desde 1985. Desde que o Reino Unido optou pela saída, a moeda perdeu 22% de seu valor. A situação não deve melhorar depois da fala de May.

May se prontificou a acionar o Artigo 50, que confirma o Brexit, até maio. Mas, até aqui, a sensação geral é de despreparo e de falta de caminhos. Sir Ivan Rogers, o representante britânico no bloco europeu, entregou uma carta de renúncia no início do ano. O governo falhou em dizer para o público que o Brexit trará consigo algumas condições bastante dolorosas: é estimado que a saída custe 82 bilhões de dólares por ano e estraçalhe 10% do PIB.

Na semana passada, May escreveu que “os britânicos votaram por uma mudança em como o país funciona, em construir uma Grã-Bretanha mais justa e forte, que funcione para todos”. Faltou dizer como o Brexit criará um país mais “justo e forte”. Talvez as respostas venha hoje, e May deixe de ser chamada pela imprensa local de “Theresa Maybe”, num trocadilho com “talvez”. 

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