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Sem citar EUA, Amorim critica ‘interferências’ na Venezuela: ‘Os latino-americanos têm que resolver’

Assessor de Lula afirma que Brasil, Colômbia e México defendem uma saída pacífica para o impasse

(Ludovic Marin/AFP)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 2 de agosto de 2024 às 18h50.

Última atualização em 2 de agosto de 2024 às 20h25.

O assessor para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, afirmou nesta sexta-feira, em entrevista à CNN Brasil, que o impasse em torno das eleições na Venezuela deve ser resolvido entre os países latino-americanos. Sem citar os Estados Unidos e outros países que não fazem parte da região, Amorim disse que a situação deve ser resolvida sem "interferências extrarregionais".

— Acho que as interferências extrarregionais, e quando eu digo extrarregionais eu incluo o hemisfério… Acho que isso é uma coisa latino-americana, que os latino-americanos têm que resolver — afirmou Amorim, que esteve em Caracas, no fim de semana passado, acompanhado a eleição.

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Além da indireta aos EUA, o ex-chanceler de Lula nos dois primeiros mandatos sinalizou que não concorda com a interferência direta da Organização dos Estados Americanos ( OEA ), com sede em Washington. Integrantes do governo afirmam que, se dependesse de Amorim, o ideal seria se o assunto fosse tratado no âmbito de um organismo representado pelos vizinhos da região, como a União de Nações da América do Sul (Unasul), totalmente estagnada, devido às diferenças ideológicas entre os países latino-americanos.

Na última quarta-feira, a OEA não conseguiu aprovar uma resolução que pedia ao regime da Venezuela que publicasse imediatamente as atas das eleições realizadas no último domingo. Onze países se abstiveram, incluindo Brasil e Colômbia, e o México se ausentou.

Segundo Amorim, o Brasil tem uma visão parecida com México e Colômbia. Segundo ele, "são países diretamente interessados em resolver pacificamente essa situação”.

Na quinta-feira, os presidentes Lula , Gustavo Petro (Colômbia) e Lopez Obrador (México) tiveram uma conversa telefônica que resultou em uma nota conjunta pedindo os boletins de urna que mostrem, em uma averiguação imparcial e transparente, quem venceu a eleição de domingo, se o presidente Nicolas Maduro -- conforme declarou o Conselho Nacional Eleitoral venezuelano, influenciado por Maduro --, ou o candidato da oposição, Edmundo González.

Também na quinta-feira, momentos depois da nota conjunta assinada por Lula, Petro e Obrador, os EUA anunciaram estar convencidos de que González venceu a eleição. De acordo com o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, há "evidências esmagadoras" de que Maduro perdeu.

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