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Segunda onda dá sinais de desaceleração em cidades que adotaram restrições

10 dias após toque de recolher, algumas regiões francesas veem inversão da tendência de alta nos casos e mortes por covid-19

 (Charles Platiau/Reuters)

(Charles Platiau/Reuters)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 20 de novembro de 2020 às 13h37.

A França parece ter superado o pico da segunda onda da pandemia da covid-19 - anunciou a Agência Nacional de Saúde nesta sexta-feira (20), apesar de a situação continuar sendo delicada. "Embora os indicadores se mantenham em níveis elevados, sua observação sugere que o pico epidêmico da segunda onda foi superado", disse o órgão. Os dados epidemiológicos melhoraram particularmente nas primeiras cidades onde restrições foram tomadas, incluindo o toque de recolher noturno.

Os primeiros toques de recolher noturnos foram decretados em 17 de outubro em algumas das principais cidades da França, como Paris, Lyon e Marselha, diante de um forte aumento no número de casos de covid-19. E, em 30 de outubro, a França, que já ultrapassou 47.000 mortes desde o início da epidemia, voltou a decretar um confinamento generalizado, pela segunda vez, embora mais flexível do que o da primavera (outono no Brasil).

Creches, escolas e faculdades permanecem abertas com um protocolo sanitário reforçado para que muitos pais possam continuar trabalhando. Já lojas "não essenciais" estão fechadas, assim como cinemas, museus, teatros e academias.

A agência francesa de saúde estima que essas medidas tiveram "um efeito direto". Isso parece se evidenciar pela "temporalidade entre a aplicação do primeiro toque de recolher e a inversão da tendência cerca de dez dias depois"

Na semana de 9 a 15 de novembro, houve uma queda simultânea no número de novos casos confirmados de contaminação (-40%), de hospitalizações (-13%) e de internações em terapia intensiva (-9%). O número de mortes "parece se estabilizar pela primeira vez após várias semanas de aumento": 3.756 na semana de 9 a 15 de novembro, em comparação com 3.817 no mesmo intervalo anterior.

É também a primeira vez, desde o início da segunda onda, que as hospitalizações e internações em terapia intensiva diminuíram de semana para semana: 17.390 contra 19.940 na semana anterior para a primeira, e 2.761 contra 3.037 para a segunda. Por último, 182.783 novos casos de covid-19 foram confirmados durante a semana de 9 a 15 de novembro, em comparação com 305.135 na semana anterior.

Apesar desta melhoria, as autoridades pedem aos franceses que não baixem a guarda e continuem a adotar as medidas preventivas.

"Estes resultados animadores (...) não devem nos fazer esquecer que, à espera de tratamentos e vacinas, o único meio de conter a pandemia e reduzir seu impacto no sistema de saúde e na mortalidade continua sendo a adoção de medidas preventivas individuais, combinada com medidas coletivas", acrescenta a agência.

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