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Secretário dos EUA se defende após ser citado no Paradise Papers

Segundo a investigação, Ross mantém investimentos em uma empresa de logística que tem uma conexão financeira direta com o presidente da Rússia

Wilbur Ross: "Uma companhia que não está sob sanção é como qualquer outra empresa, e ponto" (Yuri Gripas/Reuters)
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EFE

Publicado em 6 de novembro de 2017 às 21h38.

Washington - O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, citado ontem na investigação sobre uso de paraísos fiscais batizada como Paradise Papers , negou nesta segunda-feira ter cometido qualquer irregularidade e disse que as autoridades competentes foram informados sobre seus investimentos.

De acordo com as informações obtidas pelo Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ), Ross mantém investimentos em uma empresa de logística que tem uma conexão financeira direta com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e com a PDVSA, a empresa petrolífera estatal da Venezuela.

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Em fevereiro, quando passou a fazer parte do governo de Donald Trump, Ross vendeu a maioria de seus investimentos, mas manteve uma participação na multinacional britânica de transporte marítimo Navigator Holdings.

Entre os principais clientes da Navigator Holdings estão a petroquímica russa Sibur e a PDVSA, que chegou a ser sancionada pelos EUA em agosto por estar "fortemente associada à corrupção" do governo da Venezuela.

Ross afirmou hoje em entrevista à emissora "CNBC" que não tentou esconder suas relações com a PDVSA e que enviou toda a documentação pedida pelo Escritório de Ética do Governo.

Quanto a Sibur, uma companhia que pagou mais de US$ 68 milhões a Navigator nos últimos três anos, dois de seus proprietários são o genro de Putin, Kirill Shamalov, e o magnata russo Gennady Timchenko, sancionado pelos EUA por atividades relacionadas com o presidente russo.

"Uma companhia que não está sob sanção é como qualquer outra empresa, e ponto. Era uma relação comercial normal, cuja criação não tive nada a ver. E não conheço os acionistas que aparentemente foram sancionados em um momento posterior", disse Ross.

Os investimentos que o secretário de Comércio mantém na Navigator são gerenciados por duas empresas nas Ilhas Cayman, segundo os dados vazados do escritório especializado em criar offshores Appleby.

Questionado se tinha pensado em renunciar por causa da polêmica, Ross disse, visivelmente incomodado, que essa era uma "pergunta estúpida" porque não fez "nada de errado".

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