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Santos acusa Maduro de distribuir alimentos estragados para venezuelanos

O presidente colombiano revelou que os alimentos foram confiscados pela Polícia Fiscal e Aduaneira da Colômbia

Santos: O presidente da Colômbia voltou a pedir a abertura de um canal humanitário para que organizações credenciadas possam prestar assistência no país. (Reuters/Reuters)

Santos: O presidente da Colômbia voltou a pedir a abertura de um canal humanitário para que organizações credenciadas possam prestar assistência no país. (Reuters/Reuters)

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EFE

Publicado em 17 de maio de 2018 às 22h38.

Bogotá.- O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, denunciou nesta quinta-feira que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, está distribuindo aos cidadãos do país alimentos impróprios para consumo e apresentou como prova 400 toneladas de produtos confiscados no porto de Cartagena de Indias.

Santos revelou que os alimentos foram confiscados pela Polícia Fiscal e Aduaneira da Colômbia. Eles seriam distribuídos por comitês políticos de controle social na Venezuela, um mecanismo criado por Maduro para combater máfias que, segundo o líder chavista, são responsáveis por promover a escassez de comida no país.

"Essa é a ponta de um iceberg de um negócio desprezível que envolve empresas de fachada na Colômbia, México e vários outros países", afirmou Santos ao fazer a denúncia.

O presidente colombiano afirmou que Maduro usa esses comitês para explorar a crise humanitária dos venezuelanos. O objetivo não só seria exercer controle político social, mas também teria fins eleitorais e seriam usados para reprimir a oposição.

Segundo Santos, a investigação evidencia os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito.

"Solicitei à Polícia Nacional e à Direção de Impostos e Alfândegas Nacionais (Dian) a entregar todas as provas obtidas à Promotoria-Geral, com a qual estamos trabalhando, para avançar nas investigações, que têm a colaboração de outros países", disse.

O presidente da Colômbia voltou a pedir à comunidade internacional e ao governo da Venezuela a abertura de um canal humanitário para que organizações credenciadas, legítimas e transparentes possam prestar assistência no país.

Santos ainda afirmou que o estado de negação da crise é tão grande que Maduro está dizendo que não existe êxodo de venezuelanos para os demais países da região, mas sim retornando ao país.

"A verdade é que se chegou a tal situação que os chamados coletivos foram autorizados a saquear as casas para roubar comida", denunciou o presidente da Colômbia.

Santos revelou que na semana passada militares venezuelanos fizeram uma operação em um depósito controlado por esses coletivos em Caracas. No local teriam sido recuperadas 140 toneladas de alimentos roubados.

O diretor da Polícia Fiscal e Aduaneira da Colômbia, general Juan Carlos Buitrago, e o comandante da Direção de Investigação Criminal, general Jorge Luis Vargas, disseram que os dois órgãos investigam uma rede internacional de lavagem de dinheiro que passa por Venezuela, Colômbia e México.

Quatro agências estrangeiras teriam questionado a Promotoria da Colômbia sobre a movimentação de US$ 29 milhões por 46 contas bancárias de nove países, vários deles na Europa.

Já o diretor do Instituto Nacional de Vigilância de Remédios e Alimentos da Colômbia, Javier Guzmán, afirmou que os alimentos confiscados estavam repletos de pragas.

"Nenhum desses produtos estava apto para consumo humano", afirmou. EFE

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