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Rússia suspende negociações de gasoduto Turkish Stream

Novak fez este anúncio depois de o presidente russo, Vladimir Putin, acusar a Turquia de "encher seus bolsos com petróleo roubado"


	Gás: governo já tinha proibido as importações de determinadas frutas e verduras da Turquia, mas este é o projeto mais importante dos dois países
 (Sergei Supinsky/AFP)

Gás: governo já tinha proibido as importações de determinadas frutas e verduras da Turquia, mas este é o projeto mais importante dos dois países (Sergei Supinsky/AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2015 às 09h30.

Moscou - A Rússia anunciou nesta quinta-feira a suspensão das negociações para a instalação do cabo do gasoduto da Turkish Stream, que deveria fornecer gás russo ao sul da Europa através do Mar Negro e pelo território turco, o que evitaria o trânsito através da Ucrânia.

"Neste momento as negociações estão congeladas, mais ainda porque foram suspensos os trabalhos da comissão intergovernamental de cooperação econômico-comercial por ordem do governo", disse Aleksandr Novak, ministro da Energia.

Novak fez este anúncio depois de o presidente russo, Vladimir Putin, acusar a Turquia de "encher seus bolsos com petróleo roubado" pelo Estado Islâmico na Síria e no Iraque durante o discurso de estado da nação no Kremlin.

O governo já tinha proibido as importações de determinadas frutas e verduras da Turquia, e suspendido os voos charter após a derrubada do bombardeiro Su-24 na Síria, mas este é o projeto mais importante dos dois países, especialmente para a Rússia.

Este gasoduto, que deveria entrar em funcionamento em 2019, substituiria o South Stream, ao que o consórcio russo Gazprom renunciou diante da oposição da União Europeia ao projeto.

A Rússia, que tinha previsto redirigir até a fronteira greco-turca o gás que transita agora pela Ucrânia, esperava receber em breve autorização para iniciar os trabalhos de projeção do estratégico gasoduto para que começasse a funcionar em dezembro de 2016.

Contudo, as negociações já tinham se complicado depois de o governo turco exigir de Moscou um desconto no preço do gás antes de assinar o acordo.

"A concessão de um desconto de 10,25% foi abordada de maneira verbal. Não está firmado em nenhum documento. Consideramos que isto não é correto", disse recentemente Aliz Riza Alaboyun, ministro de Energia da Turquia durante uma visita a Moscou.

Este assunto também foi abordado em junho em Baku, capital do Azerbaijão, por Putin e pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

A Gazprom fechou há alguns meses um acordo com a Turquia para o cabeamento do trecho terrestre do gasoduto, que devia fornecer gás a Istambul e bombeá-lo depois até da fronteira greco-turca à União Europeia.

O gasoduto terrestre (de 180 quilômetros de extensão) deveria começar no porto turco de Kiyikoy após cobrir 660 quilômetros pelo fundo do Mar Negro.

Por outro lado, Novak afirmou que não foi suspendida a construção da usina nuclear de Akkuyu, a primeira da história da Turquia, que está sendo erguida por engenheiros russos, projeto no qual Moscou já investiu US$ 3 bilhões.

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