Rússia pede à OMS aprovação emergencial de vacina contra a Covid-19
Primeira vacina contra o coronavírus registrada no mundo, a Sputnik V se provou segura, mas ainda não chegou ao final dos testes de fase 3
Fabiane Stefano
Publicado em 27 de outubro de 2020 às 14h06.
Última atualização em 27 de outubro de 2020 às 19h15.
Nesta terça-feira (27), a Rússia anunciou que solicitou à Organização Mundial da Saúde (OMS) uma aprovação emergencial da Sputnik V, a primeira vacina contra a Covid-19 registrada no mundo, popularmente conhecida até agora como "vacina russa". Financiada por um fundo estatal russo, a produção do imunizante é feita pelo Instituto Gamaleya, em Moscou.
"A aprovação pela OMS permitirá que a Sputnik V seja incluída na lista de produtos médicos que atendem aos principais padrões de qualidade, segurança e eficácia", comentouKirill Dmitriev, diretor do fundo que financia o projeto.
Em setembro, resultados preliminares provaram que a Sputnik V induziu resposta imune nos voluntários e se mostrou segura nos testes de fase 1 e 2. Esses testes, entretanto, envolveram apenas algumas dezenas de voluntários - o que gerou críticas da comunidade científica internacional quando a vacina foi registrada. Os testes de fase 3, a última, que inclui centenas de voluntários, começaram em setembro e devem levar mais alguns meses para serem concluídos.
O governo estadual do Paraná fechou um acordo o Fundo Russo de Investimento Direto para promover os testes de fase 3 e produzir a vacina no Brasil, enquanto o estado da Bahia planeja comprar 50 milhões de doses diretamente com os rusos. Ainda não está claro, entretanto, quando esses testes podem começar. Uma porta-voz da Anvisa disse que os governos do Paraná e da Bahia ainda não entraram com pedidos de aprovação para seus planos de testar a vacina russa, muito menos produzi-la.
A farmacêutica União Química também fechou um acordo de produção local com os russos, mas ainda aguarda autorização da Anvisa para iniciar os trabalhos.
Outra vacina
Há duas semanas, a Rússia anunciou o registro de uma segunda vacina contra o coronavírus no país, a EpiVacCorona,desenvolvida pelo Instituto Vector, na Sibéria. Assim como a Sputnik V, ela também foi bem-sucedida nos estudos de fase 1 e 2, mas foi registrada sem a conclusão dos estudos de fase 3.