Rússia lamenta ausência dos EUA nas negociações sobre a Síria em Astana
O chefe da delegação russa afirmou que os EUA se negaram a apoiar os esforços internacionais para solucionar a crise na Síria
EFE
Publicado em 14 de maio de 2018 às 14h54.
Astana - A Rússia lamentou nesta segunda-feira a ausência de representantes dos Estados Unidos na nona rodada de negociações sobre o cessar-fogo na Síria que começou hoje em Astana, no Cazaquistão, na busca de uma solução para o conflito.
"Como todos sabem, previamente eles tinham participado, embora fosse em nível de representantes de embaixada. Mas, nesta ocasião, infelizmente, os americanos se negaram a apoiar os esforços internacionais para a busca de uma solução para a crise síria", disse o chefe da delegação russa no diálogo, Alexandr Lavrentiev.
O enviado russo para a Síria destacou que a ausência da representação americana nas consultas é também lamentada porque uma solução só pode ser obtida nas negociações abertas e não nas costas do governo de Bashar Al Assad e da comunidade internacional.
Por outro lado, Lavrentiev elogiou as delegações da oposição síria que foram a Astana para participar das negociações.
"Amanhã realizaremos uma negociação substancial sobre os meios para estabilizar a situação não só em Idleb, mas também no restante do território sírio", explicou o representante russo.
Lavrentiev destacou a existência de uma "certa estabilidade" no sul da Síria e afirmou que os garantidores do cessar-fogo no país - Rússia, Turquia e Irã - apresentarão uma declaração com uma visão conjunta sobre a situação do conflito que começou há sete anos.
"Estamos trabalhando no documento final que será apresentado ao público amanhã. Por isso não vou entrar em detalhes", explicou.
O diplomata ressaltou a importância das negociações em Astana ao considerar que o diálogo em Genebra está estancado. A última rodada de conversas sobre a Síria no Cazaquistão ocorreu em dezembro.
O principal resultado do processo de Astana foi a criação de quatro zonas de distensão na Síria - nas províncias de Idble, Homs, Ghouta e na fronteira com a Jordânia. Nesses territórios está proibida qualquer atividade militar, inclusive a passagem de aviões.
As negociações na capital do Cazaquistão são as primeiras desde o bombardeio dos EUA e seus aliados contra alvos do governo da Síria. Também deve ser tema de discussão as ações do Exército de Israel contra posições iranianas no país.