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Rússia desmente na ONU vínculo com envenenamento de ex-espião

Embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, disse que Moscou tem interesse em saber a verdade "mais do que qualquer um"

Conselho de Segurança: "Acusam sem provas", reclama embaixador russo sobre caso de ex-espião (Mike Segar/Reuters)
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AFP

Publicado em 5 de abril de 2018 às 22h58.

A Rússia desmentiu novamente nesta quinta-feira (5) diante do Conselho de Segurança da ONU qualquer envolvimento no envenenamento de um ex-espião russo e sua filha na Inglaterra, enquanto pediu respostas a uma série de perguntas sobre o caso.

Durante uma reunião solicitada por Moscou, o embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, disse que a "Rússia não tinha nenhuma relação com o envenenamento de Skripal". Moscou "tem interesse em saber a verdade mais do que qualquer um", acrescentou.

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O ex-espião russo Serguei Skripal foi envenenado junto com sua filha, Yulia, em 4 de março em Salisbury (sudoeste) com um agente neurotóxico que as autoridades britânicas suspeitam se tratar de Novichok, criado há décadas na União Soviética.

As potências ocidentais acusam Moscou de estar por trás do envenenamento.

"Trata-se de desacreditar a Rússia", afirmou o embaixador russo ao denunciar uma "campanha ordenada, preparada de antemão" contra seu país. "Acusam sem provas", insistiu.

Posteriormente, o embaixador enumerou uma série de perguntas: "para onde os Skripal foram levados após seu envenenamento?" "De onde extraíram as amostras do produto atuante?" "Por que a Rússia não teve o direito de ter acesso consular às vítimas?" "Como puderam encontrar um antídoto tão rápido?" "O que aconteceu com os gatos dos Skripal que viviam em sua casa?"

"Estamos no teatro do absurdo", declarou Nebenzia ao pedir "respostas claras a perguntas fundamentadas", segundo ele.

A embaixadora britânica Karen Pierce respondeu que o pedido de um visto consular foi transmitido às vítimas e que seu país seguiu todos os procedimentos legais e internacionais no caso.

A Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), com sede em Haia, "realiza uma investigação independente das amostras extraídas em Salisbury e seu relatório ainda não está pronto", disse Pierce antes da reunião.

Segundo fontes diplomáticas, os resultados dessa investigação poderão ser comunicados na semana que vem.

"Agora o mais importante é deixar a Opaq" redigir suas conclusões sobre este caso, "mantendo o Conselho de Segurança informado", considerou.

O envenenamento dos Skripal desencadeou uma crise entre a Rússia e vários países ocidentais que, desde 14 de março, deu lugar à expulsão cruzada de 300 diplomatas.

Os 60 diplomatas americanos expulsos da Rússia partiram nesta quinta para os Estados Unidos.

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