Rússia avança no nordeste e bombardeia oeste da Ucrânia com mísseis hipersônicos
Menino de 8 anos morreu nos arredores de Ivano-Frankivsk, quando as bombas atingiram a área
Agência de notícias
Publicado em 11 de agosto de 2023 às 15h41.
Última atualização em 11 de agosto de 2023 às 16h08.
O Exército russo afirmou, nesta sexta-feira, 11, que "melhorou" suas posições no nordeste da Ucrânia , onde sua ofensiva na véspera forçou a retirada de civis, e bombardeou o oeste do país com quatro mísseis hipersônicos.
Um menino de 8 anos morreu na região de Ivano-Frankivsk, no oeste da ex-república soviética, quando mísseis hipersônicos Kinzhal atingiram a área, informou o gabinete do procurador-geral ucraniano no Telegram.
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Os confrontos se concentram, sobretudo, no sul e no leste, onde Moscou reivindica vários avanços há algumas semanas.
"Na direção de Kupiansk, as unidades de assalto dos grupos de combate 'Oeste' (...) continuaram suas operações ofensivas em uma ampla frente e melhoraram a situação tática", disse o Ministério russo da Defesa em seu relatório diário.
As tropas russas ocuparam essa localidade e seus arredores no início do conflito, mas foram expulsas em uma contraofensiva relâmpago realizada por Kiev em setembro de 2022.
O Ministério russo da Defesa afirmou que suas tropas melhoraram suas posições perto dos povoados de Olchana e Pershotravneve, na região de Kharkiv (nordeste).
Diante do avanço dos russos, as autoridades ordenaram na quinta-feira a evacuação de 37 cidades do distrito.
Em junho, a Ucrânia lançou uma contraofensiva, após receber um importante reforço militar das potências ocidentais, mas reconheceu dificuldades, ante a resistência das tropas russas.
O Exército ucraniano garantiu, ontem, que "a situação continua sendo difícil, mas se mantém sob controle" na região.
Bombardeios russos
A Rússia bombardeia diariamente localidades ucranianas, algumas delas distantes do "front".
O Exército ucraniano informou que a Rússia lançou quatro mísseis hipersônicos Kinzhal contra a região de Ivano-Frankivsk e que apenas um deles pôde ser interceptado.
"Um míssil Kh-47 pode ter sido destruído na região de Kiev. Os outros impactaram perto de um aeródromo e danificaram infraestruturas civis, e outro atingiu uma área residencial", disse ele.
Restos do míssil Kinzhal destruído caíram sobre dois bairros da capital ucraniana, sem causar danos significativos, segundo autoridades militares.
Na quinta-feira, um bombardeio em Zaporizhzhia (sul) deixou um morto e 16 feridos, de acordo com as autoridades locais. A polícia especificou que dois mísseis Iskander destruíram um hotel na cidade, onde delegações estrangeiras costumam se hospedar.
"Estou chocado que [ o míssil ] tenha atingido um hotel frequentemente usado por funcionários das Nações Unidas e nossos colegas de ONGs em Zaporizhzhia", disse o coordenador da ONU na Ucrânia, Denis Brown, que também se hospedou no estabelecimento.
"É totalmente inaceitável", acrescentou.
O Exército russo alegou ter atacado "um local de mobilização temporária de mercenários estrangeiros".
Nas últimas semanas, Moscou bombardeou repetidamente locais de lazer e descanso nesta cidade. Na terça-feira, nove pessoas morreram em um ataque contra a cidade de Pokrovsk, também no leste.
Drone em Moscou
O Exército russo disse, por sua vez, ter abatido um drone ucraniano a oeste de Moscou.
"O drone foi desativado eletronicamente e caiu em uma floresta no oeste de Moscou", declarou o Ministério russo da Defesa no Telegram, acusando o "regime de Kiev" da ofensiva.
É a terceira vez nesta semana que drones são derrubados sobre Moscou . Os ataques dentro do território russo se multiplicaram nas últimas semanas, na maioria dos casos sem causar danos, ou vítimas.
Na Ucrânia, o presidente Volodimir Zelensky anunciou a demissão de todos os funcionários regionais encarregados do recrutamento militar, no âmbito de uma campanha para erradicar a corrupção que permitia aos recrutas evitarem o alistamento. O combate à corrupção endêmica é uma das condições impostas pela União Europeia (UE) para a entrada do país no bloco.