Exame Logo

Rússia ataca Ucrânia em novo front pelo norte

Uma fonte militar ucraniana de alto escalão disse que a Rússia avançou na Ucrânia por um quilômetro

Guerra: Rússia avança em região de Kharkiv, e Ucrânia envia reforços e retira civis (AFP/AFP)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 10 de maio de 2024 às 12h19.

A Rússia iniciou, nesta sexta-feira, 10, uma ofensiva terrestre na região de Kharkiv, nordeste da Ucrânia, e tentou “romper as linhas de defesa” de Kiev, anunciou o Ministério da Defesa Ucraniano, acrescentando que os combates continuam na cidade.Segundo publicado pela agência Reuters, um ataque com mísseis russos feriu duas pessoas e incendiou três casas nesta madrugada. Reforços militares ucranianos foram enviados para a área, e civis começaram a ser evacuados.

Em entrevista coletiva, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta sexta-feira que as forças ucranianas estavam preparadas para um novo ataque terrestre, e que uma “batalha feroz” eclodiu em Kharkiv após nova ofensiva russa. Segundo uma fonte do comando militar de Kiev, as tropas de Moscou “avançaram um quilômetro em território ucraniano” e tentam prosseguir com a operação, cujo objetivo seria invadir até 10 quilômetros. O Exército da Ucrânia atua para conter o avanço, e “combates de intensidade variável” ocorrem no momento.

Veja também

"A Rússia lançou uma nova onda de ações contraofensivas nesta área. A Ucrânia respondeu com tropas, brigadas e artilharia. Uma batalha feroz ocorre no local neste momento", disse Zelensky em Kiev.

Moscou deseja criar uma “zona de segurança” na região para impedir que a Ucrânia bombardeie a área russa de Belgorod, localizada na fronteira entre os dois países. A área ucraniana de Vovchansk, fronteiriça da região de Karkhiv, foi atacada nesta quinta-feira. Às 5h desta sexta-feira (23h de quinta-feira em Brasília), “o inimigo tentou romper as nossas linhas de defesa com a ajuda de veículos blindados”, escreveu o ministério de Kiev.

Para analistas ouvidos pela Associated Press, embora a Rússia provavelmente não consiga capturar Kharkiv, as ofensivas poderão fazer com que a Ucrânia envie mais tropas para a região —como já anunciado —, deixando outras áreas mais vulneráveis a ataques. Além disso, forçar as autoridades ucranianas a evacuar os civis poderá, na avaliação deles, criar perturbações e desviar recursos.

A Ucrânia expulsou as tropas russas da maior parte da região de Kharkiv em 2022, o primeiro ano da guerra em larga escala, iniciada após invasão da Rússia. Agora, segundo relatado pela Reuters, as forças de Moscou estão de volta no local, embora o foco dos combates esteja direcionado para Donetsk, mais ao sul. Os temores sobre as intenções do Kremlin em Kharkiv cresceram em março, quando o presidente russo, Vladimir Putin, apelou para a criação de uma área “tampão” dentro do território ucraniano e que, afirmou, seria “necessária para proteger a Rússia”.

A estratégia russa passou a ser bombardear e disparar com fogo de artilharia zonas residenciais. É uma prática de desgaste, de terra arrasada, que o Kremlin passou a aplicar em outras regiões ucranianas. Em Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia e a apenas 40 quilômetros de distância da Rússia, os ataques russos destruíram todas as três estações de energia, e mais de 100 escolas foram danificadas. Quartéis de bombeiros e postos de paramédicos foram devastados.

"É uma estratégia para intimidar as pessoas, uma estratégia para fazer com que as pessoas saiam de casa, para que deixem a cidade", disse o prefeito de Kharkiv, Ihor Terekhov, em uma entrevista recente, conduzida num local secreto porque seu escritório é considerado um alvo. "É a destruição da própria cidade."

Kharkiv, uma vez vista como uma cidade com simpatias pró-Rússia, já não tem mais a mesma realidade. A recepção de mais de 100 mil deslocados internos das áreas separatistas pró-Rússia de Donetsk e Luhansk mudou a paisagem, e a cidade consagrou sua guinada para o Ocidente, como o resto da Ucrânia.

Acompanhe tudo sobre:UcrâniaRússia

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame