Soldados ucranianos: processos também atingem o ministro da Defesa (Anatolii Stepanov/AFP)
Da Redação
Publicado em 2 de outubro de 2014 às 09h18.
Moscou - A Rússia abriu um processo contra altos funcionários ucranianos, entre eles o ministro da Defesa, por supostos crimes de guerra no leste da Ucrânia, cenário do conflito entre separatistas pró-Rússia e as forças de segurança de Kiev.
O Comitê de Instrução (CI) russo informou nesta quinta-feira que abriu o caso contra o ministro de Defesa, Valeri Gueletei, e o chefe do Estado-Maior, Victor Muzhenko, "por organizar assassinatos em massa, uso de métodos proibidos em guerra e genocídio".
Segundo o porta-voz do CI, Vladimir Markin, o processo também atingirá o comandante da 25 Brigada das Forças Armadas da Ucrânia, Oleg Mikas, assim como a outros supostos cargos que "ainda não foram identificados".
Moscou acusou ontem a Ucrânia de "crimes de guerra" após a descoberta na semana passada pelos separatistas pró-Rússia de várias valas comuns na região de Donetsk.
A diplomacia russa afirmou que Moscou informou sobre as valas comuns para a ONU, a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) e o Conselho da Europa, e expressou sua confiança de que essas organizações internacionais assumam uma "postura clara, imparcial e objetiva" sobre o caso.
Segundo o CI, "o genocídio da população russófona" foi cometido por "indivíduos não identificados entre os altos funcionários políticos e militares da Ucrânia, das Forças Armadas, da Guarda Nacional e do Setor de Direitas", uma organização ultranacionalista cujos voluntários participaram dos combates.
O Comitê de Instrução afirma que desde 12 de abril, em violação à Convenção de 1948 sobre Genocídio e outras leis internacionais, teriam morrido pelo menos 2.500 pessoas em Donetsk e Lugansk.