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Rússia abre investigação sobre morte de mais de 150 pessoas por chuvas

Milhares de casas foram destruídas em apenas algumas horas de sábado, quando as chuvas superaram, em alguns casos, o padrão de cinco meses

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, decretou dia de luto nacional para esta segunda-feira, 9 de julho, em homenagem às vítimas de um fatídico fim de semana (Jason Lee/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2012 às 14h02.

Moscou - As autoridades da Rússia abriram uma investigação penal para apurar as responsabilidades pela morte de pelo menos 153 pessoas pelas inundações que atingem o litoral do Mar Negro, no sul do país.

A tragédia abalou três municípios da comarca de Kuban. A maioria dos corpos foi localizada em Krymsk, onde o número de mortes chega a 141, anunciou à Agência Efe o Ministério de Situações de Emergências de Krasnodar. Entre os mortos há três crianças, com idades de um, oito e dez anos.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, decretou dia de luto nacional para esta segunda-feira, 9 de julho, em homenagem às vítimas de um fatídico fim de semana, no qual também morreram 14 peregrinos da cidade russa de Pskov no retorno do ônibus em que percorriam os lugares sagrados da vizinha Ucrânia.

Milhares de casas foram destruídas em apenas algumas horas de sábado, quando as chuvas superaram, em alguns casos, o padrão de cinco meses. A cidade balneário de Gelendzhik sofreu a maior inundação de sua história.

O Ministério de Emergências indicou que 'mais de 5,2 mil casas de Krymsk e Gelendzhik habitadas por 26.475 pessoas, entre elas 6.330 crianças', ficaram embaixo da água. Os últimos cálculos do órgão estima que 'cerca de 3,3 mil pessoas perderam todas seus pertences e mais de 18 mil perderam parte de seus bens'.

As ruas de Krymsk tornaram-se rios no dia da tragédia, e só era possível ter acesso à cidade a bordo de lanchas ou helicópteros.

Alguns habitantes da cidade, de pouco mais de 50 mil habitantes, denunciaram que a cidade foi atingida por uma onda de mais de sete metros que, segundo eles, pode ser decorrente não tanto das chuvas, mas do transbordamento da represa de Neberdzhayevsk, situada em uma montanha sobre a cidade.

Após uma ordem expressa de Putin para que a represa fosse inspecionada, o Comitê de Instrução (CI) russo - responsável por investigações criminais - constatou que ela de fato deixou vazar água de forma pontual durante as chuvas torrenciais, mas destacou que este não foi a causa das graves inundações.

'Em 24 horas, caiu sobre a região o padrão anual de precipitações, por isso a represa transbordou várias vezes e descarregou porções de água', apontou um porta-voz do CI. Segundo ele, a infraestrutura não sofreu ruptura alguma pela qual pudesse sair uma tromba d'água capaz de inundar Krymsk.

As autoridades descartam que esses 'vazamentos ordinários' sejam a causa das enchentes e asseguram que a represa não dispõe de comportas que permitam descarregar todo seu conteúdo.

Muitos russos se perguntam se foi feito tudo que era possível para evitar um número excessivo de mortes, inclusive o próprio Putin, que ordenou às autoridades que cooperem com os investigadores para esclarecer as circunstâncias que causaram a morte de tantas pessoas.

O CI abriu uma investigação penal sobre a morte causada a 'duas ou mais pessoas por distração' para apurar todas as responsabilidades.

São muitos os que lembraram as históricas enchentes de dez anos atrás, em junho de 2002, quando 62 pessoas perderam a vida em Krymsk, antecedente que, segundo diversos partidos da oposição, devia ter servido de exemplo às autoridades para evitar a calamidade ainda maior deste fim de semana, que deixou mais de 21 mil desabrigados.

Até 10 mil soldados trabalham para eliminar rapidamente os danos das inundações. Os milhares de desabrigados foram realojados em acampamentos provisórios por não poderem voltar a suas casas, enquanto o céu não dá trégua a esta comarca do Mar Negro.

Chove com força em Krymsk, e o Ministério de Emergências decretou estado de alerta para as próximas horas diante de uma previsão de tempo desolador para os três municípios afetados pelas inundações: 'fortes chuvas torrenciais com tempestades, com rajadas de vento de até 22 metros por segundo'. EFE

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, decretou dia de luto nacional para esta segunda-feira, 9 de julho, em homenagem às vítimas de um fatídico fim de semana, no qual também morreram 14 peregrinos da cidade russa de Pskov no retorno do ônibus em que percorriam os lugares sagrados da vizinha Ucrânia.

Milhares de casas foram destruídas em apenas algumas horas de sábado, quando as chuvas superaram, em alguns casos, o padrão de cinco meses. A cidade balneário de Gelendzhik sofreu a maior inundação de sua história.

O Ministério de Emergências indicou que 'mais de 5,2 mil casas de Krymsk e Gelendzhik habitadas por 26.475 pessoas, entre elas 6.330 crianças', ficaram embaixo da água. Os últimos cálculos do órgão estima que 'cerca de 3,3 mil pessoas perderam todas seus pertences e mais de 18 mil perderam parte de seus bens'.

As ruas de Krymsk tornaram-se rios no dia da tragédia, e só era possível ter acesso à cidade a bordo de lanchas ou helicópteros.

Alguns habitantes da cidade, de pouco mais de 50 mil habitantes, denunciaram que a cidade foi atingida por uma onda de mais de sete metros que, segundo eles, pode ser decorrente não tanto das chuvas, mas do transbordamento da represa de Neberdzhayevsk, situada em uma montanha sobre a cidade.

Após uma ordem expressa de Putin para que a represa fosse inspecionada, o Comitê de Instrução (CI) russo - responsável por investigações criminais - constatou que ela de fato deixou vazar água de forma pontual durante as chuvas torrenciais, mas destacou que este não foi a causa das graves inundações.

'Em 24 horas, caiu sobre a região o padrão anual de precipitações, por isso a represa transbordou várias vezes e descarregou porções de água', apontou um porta-voz do CI. Segundo ele, a infraestrutura não sofreu ruptura alguma pela qual pudesse sair uma tromba d'água capaz de inundar Krymsk.

As autoridades descartam que esses 'vazamentos ordinários' sejam a causa das enchentes e asseguram que a represa não dispõe de comportas que permitam descarregar todo seu conteúdo.

Muitos russos se perguntam se foi feito tudo que era possível para evitar um número excessivo de mortes, inclusive o próprio Putin, que ordenou às autoridades que cooperem com os investigadores para esclarecer as circunstâncias que causaram a morte de tantas pessoas.

O CI abriu uma investigação penal sobre a morte causada a 'duas ou mais pessoas por distração' para apurar todas as responsabilidades.

São muitos os que lembraram as históricas enchentes de dez anos atrás, em junho de 2002, quando 62 pessoas perderam a vida em Krymsk, antecedente que, segundo diversos partidos da oposição, devia ter servido de exemplo às autoridades para evitar a calamidade ainda maior deste fim de semana, que deixou mais de 21 mil desabrigados.

Até 10 mil soldados trabalham para eliminar rapidamente os danos das inundações. Os milhares de desabrigados foram realojados em acampamentos provisórios por não poderem voltar a suas casas, enquanto o céu não dá trégua a esta comarca do Mar Negro.

Chove com força em Krymsk, e o Ministério de Emergências decretou estado de alerta para as próximas horas diante de uma previsão de tempo desolador para os três municípios afetados pelas inundações: 'fortes chuvas torrenciais com tempestades, com rajadas de vento de até 22 metros por segundo'. EFE

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