Rio+20 vai discutir novo paradigma de desenvolvimento econômico, diz ativista
A avaliação é do diretor executivo do Greenpeace Brasil, Marcelo Furtado
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2011 às 13h35.
Brasília - Vinte anos depois da Rio 92, ambientalistas do mundo inteiro vão voltar ao Brasil para um novo encontro da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre meio ambiente, a Rio+20, entre 28 de maio e 6 junho de 2012. Mas, desta vez, as discussões devem ir além das questões ambientais, na avaliação do diretor executivo do Greenpeace Brasil, Marcelo Furtado, que participou do encontro há 20 anos e vai estar na reunião do Rio em 2012.
“Diferentemente da Rio 92, a conferência deixa de ser reunião ambiental para discutir um novo paradigma de desenvolvimento econômico”, avalia.
Mais que um balanço da implementação de compromissos estabelecidos na conferência de 1992 – como a Agenda 21 e a criação das convenções-quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas e Biodiversidade – a Rio+20 vai tentar avançar na proposta de uma economia verde, que concilie crescimento econômico com baixas emissões de carbono.
“Essa discussão de integrar meio ambiente e desenvolvimento já é atrasada, todo mundo sabe o que é preciso fazer. A questão é como definir essa estratégia de desenvolvimento que tenha uma economia de baixo carbono, com justiça, com governança e com sustentabilidade.”
A Rio+20 também poderá ser uma oportunidade para tentar avançar em discussões travadas em outros fóruns, mesmo que em negociações informais. A construção de um novo acordo internacional sobre redução de emissões de gases de efeito estufa, por exemplo, não tem avançado nas últimas conferências sobre mudanças climáticas, e a ONU ainda está longe do consenso sobre um novo mecanismo para suceder o Protocolo de Quioto. Para Furtado, durante a Rio+20, os negociadores internacionais poderão criar as bases de novo acordo, mesmo que a formalização fique para depois, durante a Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas.
“Pelo fato de não ser o foro oficial, pode haver um diálogo maior em que a sociedade, empresas e grupos acadêmicos também estejam envolvidos. A Rio+20 pode ser uma oportunidade de montar uma estratégia e um compromisso que poderiam ser efetivados oficialmente numa reunião da convenção-quadro”, explicou. “A Rio+20 poderia fazer o papel de ponte entre onde nós estamos e onde podemos chegar.”
Duas décadas depois da Rio 92, o movimento ambientalista ganhou força e as discussões sobre o futuro do planeta não estão mais restritas a organizações não governamentais ou grupos acadêmicos, o que também fará da Rio+20 uma conferência diferente da anterior. “O debate ainda era bastante restrito no universo ambiental. Hoje a comunidade ambientalista é muito maior, porque ser ambientalista também é ser um ator social, ser cidadão”, compara o diretor do Greenpeace.
Outra novidade será o papel da internet e das redes sociais, que poderão ampliar os limites da conferência para muito além do Rio de Janeiro e permitir que cidadãos do mundo inteiro acompanhem os debates e cobrem ações concretas de seus representantes na definição de novos compromissos para o desenvolvimento sustentável. “Não podemos mais ser apenas expectadores. A Rio+20 é, por um lado, a oportunidade de cobrar soluções que a gente sabe que existem, mas que não avançam por falta vontade política; e de outro, de envolver novos atores no debate. A mudança vai exigir ações não só dos governos, mas das empresas, da sociedade”, avalia Furtado.
Brasília - Vinte anos depois da Rio 92, ambientalistas do mundo inteiro vão voltar ao Brasil para um novo encontro da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre meio ambiente, a Rio+20, entre 28 de maio e 6 junho de 2012. Mas, desta vez, as discussões devem ir além das questões ambientais, na avaliação do diretor executivo do Greenpeace Brasil, Marcelo Furtado, que participou do encontro há 20 anos e vai estar na reunião do Rio em 2012.
“Diferentemente da Rio 92, a conferência deixa de ser reunião ambiental para discutir um novo paradigma de desenvolvimento econômico”, avalia.
Mais que um balanço da implementação de compromissos estabelecidos na conferência de 1992 – como a Agenda 21 e a criação das convenções-quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas e Biodiversidade – a Rio+20 vai tentar avançar na proposta de uma economia verde, que concilie crescimento econômico com baixas emissões de carbono.
“Essa discussão de integrar meio ambiente e desenvolvimento já é atrasada, todo mundo sabe o que é preciso fazer. A questão é como definir essa estratégia de desenvolvimento que tenha uma economia de baixo carbono, com justiça, com governança e com sustentabilidade.”
A Rio+20 também poderá ser uma oportunidade para tentar avançar em discussões travadas em outros fóruns, mesmo que em negociações informais. A construção de um novo acordo internacional sobre redução de emissões de gases de efeito estufa, por exemplo, não tem avançado nas últimas conferências sobre mudanças climáticas, e a ONU ainda está longe do consenso sobre um novo mecanismo para suceder o Protocolo de Quioto. Para Furtado, durante a Rio+20, os negociadores internacionais poderão criar as bases de novo acordo, mesmo que a formalização fique para depois, durante a Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas.
“Pelo fato de não ser o foro oficial, pode haver um diálogo maior em que a sociedade, empresas e grupos acadêmicos também estejam envolvidos. A Rio+20 pode ser uma oportunidade de montar uma estratégia e um compromisso que poderiam ser efetivados oficialmente numa reunião da convenção-quadro”, explicou. “A Rio+20 poderia fazer o papel de ponte entre onde nós estamos e onde podemos chegar.”
Duas décadas depois da Rio 92, o movimento ambientalista ganhou força e as discussões sobre o futuro do planeta não estão mais restritas a organizações não governamentais ou grupos acadêmicos, o que também fará da Rio+20 uma conferência diferente da anterior. “O debate ainda era bastante restrito no universo ambiental. Hoje a comunidade ambientalista é muito maior, porque ser ambientalista também é ser um ator social, ser cidadão”, compara o diretor do Greenpeace.
Outra novidade será o papel da internet e das redes sociais, que poderão ampliar os limites da conferência para muito além do Rio de Janeiro e permitir que cidadãos do mundo inteiro acompanhem os debates e cobrem ações concretas de seus representantes na definição de novos compromissos para o desenvolvimento sustentável. “Não podemos mais ser apenas expectadores. A Rio+20 é, por um lado, a oportunidade de cobrar soluções que a gente sabe que existem, mas que não avançam por falta vontade política; e de outro, de envolver novos atores no debate. A mudança vai exigir ações não só dos governos, mas das empresas, da sociedade”, avalia Furtado.