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Reunião da Otan deixa claras as desavenças entre Trump e europeus

A reunião que começa nesta quarta-feira, 17, debaterá temas como a resposta à segunda onda do coronavírus e o domínio da Huawei no 5G

Trump: reunião da Otan que começa nesta quarta (17) deve ser marcada pela troca de farpas (Kevin Lamarque/Reuters)
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EXAME Hoje

Publicado em 17 de junho de 2020 às 06h56.

Última atualização em 17 de junho de 2020 às 07h09.

A pandemia do novo coronavírus reforçou as já existentes desavenças entre o presidente americano, Donald Trump , e os líderes europeus, com troca de farpas entre as partes ao longo dos últimos meses. Em meio a tudo isso, mais um ponto de discórdia, desta vez no campo militar, deve ficar marcado nesta quarta-feira, 17, quando começa uma reunião de dois dias entre ministros da Defesa dos países membros da Otan, aliança militar formada após a Segunda Guerra.

O encontro, é claro, será por videoconferência. O objetivo é discutir ações no Iraque e no Afeganistão, assim como potenciais embates com a Rússia. Mas, nos últimos dias, o assunto do momento se tornou uma potencial decisão de Trump de retirar milhares de soldados americanos da Alemanha, o que desagradaria os aliados europeus. Com as bases na Europa, a Otan faz ações relacionadas ao Oriente Médio e à África.

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A informação dos planos de Trump foi dada pelo Wall Street Journal e ainda não confirmada. O diretor-geral da Otan Jens Stoltenberg diz que conversou sobre o assunto com Trump mas que não há nada oficializado.  Stoltenberg afirma que "a presença dos EUA na Europa não é só para proteger a Europa" e que as tropas são importantes para a Otan.

As ações militares de Trump, consideradas unilaterais pelos aliados europeus, começaram o ano já fazendo barulho. Nos primeiros dias de janeiro, os EUA planejaram a morte de um general iraniano que intensificou as tensões no Oriente Médio. Em novembro, a decisão de Trump de tirar tropas americanas do norte da Síria (prejudicando os curdos turcos na região e o embate contra o Estado Islâmico) também foi criticada por aliados. O presidente francês, Emmanuel Macron, disse que a Otan vive uma "morte cerebral".

Outro ponto que pode entrar em pauta é o 5G e os embates dos Estados Unidos com a China. No Reino Unido, o premiê Boris Johnson havia autorizado a Huawei a ajudar a construir a infraestrutura de 5G no país. Com pressões recentes, incluindo da Otan, o governo britânico pode revisar a situação.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse neste mês que o Reino Unido deve "garantir que tenha redes 5G seguras", em sinais claros de desconfiança com os chineses. A chinesa Huawei é uma das líderes da tecnologia no mundo e vinha namorando o oferecimento do serviço a países europeus. Nos EUA, a empresa é banida. (No Brasil, o debate também deve acontecer em breve. O leilão do 5G inicialmente marcado para março deste ano foi adiado e deve ficar, no mínimo, para o ano que vem.)

Confrontos geopolíticos à parte, a Otan diz ainda em comunicado anunciando a reunião que não se esqueceu do verdadeiro tema do momento. A organização diz que "está se preparando para uma possível segunda onda" do coronavírus e para ajudar nos esforços necessários. A Otan afirma que tropas dos países aliados ajudaram na construção de diversos hospitais de campanha pelo mundo.

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