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Restrições à compra de dólares na Argentina terminam em 2025, diz ministro Caputo em São Paulo

Regras atuais dificultam o acesso à moeda americana e dificultam o comércio exterior

Luis Caputo, ministro da economia da Argentina, em imagem de arquivo (Juan Mabromata/AFP)
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 2 de dezembro de 2024 às 12h16.

Última atualização em 2 de dezembro de 2024 às 12h28.

O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, disse que o "cepo", apelido das restrições de acesso a dólares no país, deverá ser retirado em breve.

"Vamos fazer isso em 2025. É muito importante sair do cepo cambial. Mas é mais importante fazer isso de modo que não gere estresse na economia, nos investimentos e para nossos cidadãos. Para isso, não colocamos uma data limite, mas condições", disse Caputo.

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O ministro explicou que há três condições principais para a retirada das medidas. A primeira delas é que a chamada base monetária ampla se estabilize. Ou seja: que haja demanda para o excesso de pesos em circulação e que as emissões de novas notas seja contida, algo que já está ocorrendo.

A segunda condição é a queda nos níveis de inflação, algo que também ocorreu neste ano. O índice baixou para 2,7% ao mês em outubro. Em dezembro de 2023, estava em 25,5% ao mês.

O último item é sanear as contas do Banco Central argentino, que está com reservas negativas. Ou seja: não tem dólares suficientes para honrar seus compromissos. A expectativa é que a renegociação do acordo da Argentina com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que está em andamento, possa trazer mais alguns bilhões para recompor as reservas do BC.

"Podemos sair do cepo em 2025, mas não deverá ser um inconveniente se isso ocorrer no primeiro, segundo ou terceiro trimestre. Mas é seguro que as restrições cambiais não vão estar mais na Argentina no ano que vem", afirmou Caputo.

Nas últimas décadas, a Argentina foi criando uma série de regras para restringir o acesso a dólares. Assim, há cotas para a compra de moeda americana pelos cidadãos e empresas, que podem variar de acordo com a finalidade da transação.

O modelo gerou uma burocracia enorme, pois cada finalidade possui cotações diferentes e as compras grandes dependem de aprovação estatal. Isso dificulta transações, como a importação de máquinas pelas fábricas e o faturamento da venda de soja exportada pelos agricultores.

Argentinos buscam investimentos em SP

Caputo veio a São Paulo junto com uma missão do governo argentino, para conversar com empresários brasileiros em busca de investimentos. Houve uma apresentação de oportunidades nos setores de energia e mineração e um almoço fechado. Karina Milei, secretária-geral da Presidência e irmã do presidente Javier Milei, esteve presente, mas não falou no evento.

Daniel Casartelli, secretário de Energia e Mineração do Ministério da Economia, destacou que a Argentina aprovou novas regras que facilitam investimentos em energia e mineração no país, como parte da Lei de Bases, sancionada em junho. Entre as medidas, estão a redução de impostos atuais e um compromisso de que, por 30 anos, as isenções não serão modificadas nem serão criados novos impostos, mesmo a nível municipal ou estadual.

Mais de 100 projetos já foram apresentados, segundo ele. Dois deles são relacionados à exploração de lítio. Há também um projeto de energia solar, em Mendoza, com investimentos de US$ 211 milhões.

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