Representante nega que rebeldes sírios comparecerão a negociações
A declaração acontece depois do anúncio do governo cazaque de que a delegação da oposição armada síria chegaria a Astana esta noite
EFE
Publicado em 15 de março de 2017 às 13h51.
Cairo - O coordenador das facções rebeldes na Síria , Abdelmoneim Zeinedin, negou que os insurgentes vão comparecer à conferência de Astana, como anunciou nesta quarta-feira o Ministério das Relações Exteriores do Cazaquistão.
"Não vai haver nenhum tipo de participação na reunião em Astana. Ficou decidido que não e nenhuma delegação (da oposição) irá comparecer", afirmou Zeinedin à Agência Efe por telefone, sem oferecer mais detalhes.
A declaração do responsável rebelde sírio acontece depois do anúncio do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Cazaquistão, Anwar Zhainakov, que tinha assegurado que a delegação da oposição armada síria chegaria a Astana previsivelmente esta noite para se juntar às conversas de paz que buscam uma solução para a guerra no país árabe.
O porta-voz da facção opositora Suqur al Sham (Falcões do Levante), Maamun Hajj Moussa, disse ontem à Efe que os insurgentes não compareceriam à rodada de diálogo, iniciada na terça-feira em Astana, porque, na sua opinião, a Rússia não tinha cumprido com os pontos estipulados para seguir em frente com as conversas.
Os opositores tinham exigido uma série de condições antes de aceitarem sua participação na terceira rodada do diálogo de paz na capital do Cazaquistão, como o cumprimento completo do cessar-fogo nas áreas controladas pela oposição.
No início desta semana, o porta-voz da Frente Sulista do Exército Livre Sírio (ELS), Esam al Raiies, detalhou à Efe que as principais razões das reservas das facções para comparecer às conversas eram o "descumprimento da trégua em Guta (subúrbio de Damasco) por parte do regime e a continuação da violência em Al Waer".
Al Waer é o único bairro com presença insurgente na cidade central de Homs, onde ontem as autoridades e os rebeldes chegaram a um acordo, com mediação da Rússia, para a retirada de rebeldes e civis, o que é considerado pelos opositores como "um deslocamento forçado" da população, pois trata-se de um acerto conseguido após a imposição de um cerco militar à região.
No dia 7 de março, Moscou informou sobre o estabelecimento de uma trégua até 20 de março em Guta Oriental, o principal reduto rebelde nos arredores de Damasco, mas as hostilidades continuaram e ontem os efetivos governamentais cercaram três bairros na periferia da capital, segundo ativistas.