Reino Unido investiga 14 mortes que podem ter relação com Rússia
Comitê de Assuntos Internos pediu revisão de 14 mortes que não foram tratadas, em primeira instância, como suspeitas, mas que podem ter relação com a Rússia
EFE
Publicado em 13 de março de 2018 às 18h42.
Última atualização em 13 de março de 2018 às 18h43.
Londres - A ministra de Interior britânica, Amber Rudd, disse nesta terça-feira que a polícia e os serviços secretos MI5 investigarão as denúncias que supostamente relacionam à Rússia com 14 mortes ocorridas no Reino Unido nos últimos anos.
Na semana passada, o Comitê de Assuntos Internos escreveu a Rudd pedindo que revisasse as 14 mortes que não foram tratadas, em primeira instância, como suspeitas, mas que podem ter relação com a Rússia nos últimos tempos.
O Ministério de Interior britânico reportou que os Serviços de Inteligência dos Estados Unidos suspeitam que essas pessoas puderam ter sido assassinadas em território britânico por serviços de segurança russos ou por grupos mafiosos.
O antigo chefe da Polícia Metropolitana Ian Blair, que dirigiu este corpo quando Alexander Litvinenko foi assassinado em 2006 com polônio radiativo, pediu que estes casos sejam reabertos, ao mesmo tempo que a pasta de Assuntos Internos pediu uma revisão das decisões que foram adotadas a respeito.
Rudd explicou na carta que o Governo foi advertido sobre estas denúncias e leva "muito a sério" qualquer insinuação de que um Estado estrangeiro possa estar por trás de um assassinato no Reino Unido.
"Nas próximas semanas, espero que estas alegações não sejam nada", manifestou a ministra.
Depois de se reunir com o Comitê de Emergência do Governo, Rudd destacou que a investigação está "transcorrendo bem" e que está sendo "detalhada" e "cuidadosa".
Esta indagação surge em um momento de tensão entre o Reino Unido e a Rússia após o envenenamento do ex-espião Sergei Skripal e de sua filha, no último dia 4 em solo britânico.
O antigo agente da inteligência militar russa, capturado pelo MI6 britânico nos anos 90, e sua filha, Yulia, foram expostos a um agente nervoso de natureza militar que os deixou em estado crítico.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, indicou que é "altamente provável" que o Kremlin esteja por trás desse ataque e avançou que imporá uma ampla categoria de medidas contra a Rússia se forem confirmadas as suspeitas.
Além disso, nesta segunda-feira, o exilado russo Nikolai Glushkov, amigo íntimo do oligarca Boris Berezovsky, foi achado morto em sua casa de Londres por causas ainda desconhecidas.