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Reino Unido: é 'injustificável' suspensão de voos às Malvinas

A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, quer que os voos comerciais para o arquipélago partam de Buenos Aires e não mais do Chile

Kirchner disse que seu governo tinha pensado em proibir os voos às Malvinas depois do governo britânico ter se recusado a negociar a soberania das ilhas (Juan Mabromata/AFP)
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Da Redação

Publicado em 2 de março de 2012 às 12h39.

Londres - O governo britânico afirmou nesta sexta-feira que seria 'injustificável' se a Argentina suspendesse o acordo sobre os voos entre o Chile e as Ilhas Malvinas para firmar uma conexão direta com Buenos Aires.

Em virtude de um acordo assinado entre a Argentina e o Reino Unido em 1999, a companhia aérea chilena Lan faz semanalmente a rota entre Chile e Ilhas Malvinas, já que está autorizada a cruzar o espaço aéreo argentino.

Na última quinta-feira, a presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, propôs uma renegociação deste projeto no Congresso e também confirmou a implementação de novos voos comerciais entre o arquipélago e Buenos Aires, que serão operados pela companhia Aerolíneas Argentinas três vezes por semana.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido disse nesta sexta-feira que ainda 'não está claro' o que a Argentina está propondo, já que o Governo de Buenos Aires ainda não comunicou as autoridades do Reino Unido.

No entanto, a fonte especificou que Londres espera que 'Argentina respeite seus compromissos em virtude do acordo assinado em 1999'.

'O voo semanal vindo do Chile é uma rota bem estabelecida e é muito utilizada pelos moradores das Ilhas Malvinas (Falklands Islands, como chamam os britânicos) e inclusive pela comunidade chilena', acrescentou o porta-voz.

'Seria profundamente decepcionante e totalmente injustificável se a Argentina fizesse pressão para suspender esse voo', disse o porta-voz.

'Se a Argentina tem interesse em impulsionar os voos aéreos entre o continente e as ilhas, deveria reconsiderar sua proibição sobre (a passagem) dos voos charter por seu espaço aéreo. Certamente, teremos uma discussão a respeito', especificou.

A presidente argentina disse que seu Governo tinha pensado na possibilidade de proibir os voos às Malvinas depois do Governo britânico ter se recusado a negociar a soberania das ilhas, mas explicou que mudou essa posição 'para demonstrar que a Argentina não quer prejudicar nenhuma comunidade'.

As relações anglo-argentinas atravessam por um momento de forte tensão pela disputa da soberania das ilhas.

Na última quarta-feira, o Reino Unido convocou o principal responsável diplomático argentino em Londres, Osvaldo Mársico, para que explicasse a decisão de seu país em viabilizar um possível boicote contra produtos britânicos.

A tensão se agravou no último ano, quando os países do Mercosul (Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil) concordaram em impedir a entrada de navios com bandeira das ilhas do Atlântico Sul em seus portos.

A presença do príncipe William, segundo na linha de sucessão ao trono britânico, no arquipélago e o envio de um avião de guerra também incomodaram as autoridades argentinas.

A guerra entre os dois países pela soberania das Ilhas Malvinas, que resultou na morte de mais de 900 mortos, completará seu 30º aniversário ainda neste ano. EFE

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Em virtude de um acordo assinado entre a Argentina e o Reino Unido em 1999, a companhia aérea chilena Lan faz semanalmente a rota entre Chile e Ilhas Malvinas, já que está autorizada a cruzar o espaço aéreo argentino.

Na última quinta-feira, a presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, propôs uma renegociação deste projeto no Congresso e também confirmou a implementação de novos voos comerciais entre o arquipélago e Buenos Aires, que serão operados pela companhia Aerolíneas Argentinas três vezes por semana.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido disse nesta sexta-feira que ainda 'não está claro' o que a Argentina está propondo, já que o Governo de Buenos Aires ainda não comunicou as autoridades do Reino Unido.

No entanto, a fonte especificou que Londres espera que 'Argentina respeite seus compromissos em virtude do acordo assinado em 1999'.

'O voo semanal vindo do Chile é uma rota bem estabelecida e é muito utilizada pelos moradores das Ilhas Malvinas (Falklands Islands, como chamam os britânicos) e inclusive pela comunidade chilena', acrescentou o porta-voz.

'Seria profundamente decepcionante e totalmente injustificável se a Argentina fizesse pressão para suspender esse voo', disse o porta-voz.

'Se a Argentina tem interesse em impulsionar os voos aéreos entre o continente e as ilhas, deveria reconsiderar sua proibição sobre (a passagem) dos voos charter por seu espaço aéreo. Certamente, teremos uma discussão a respeito', especificou.

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Na última quarta-feira, o Reino Unido convocou o principal responsável diplomático argentino em Londres, Osvaldo Mársico, para que explicasse a decisão de seu país em viabilizar um possível boicote contra produtos britânicos.

A tensão se agravou no último ano, quando os países do Mercosul (Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil) concordaram em impedir a entrada de navios com bandeira das ilhas do Atlântico Sul em seus portos.

A presença do príncipe William, segundo na linha de sucessão ao trono britânico, no arquipélago e o envio de um avião de guerra também incomodaram as autoridades argentinas.

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