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Rei da Espanha reforçará compromisso ibero-americano

Juan Carlos I se destaca como interlocutor privilegiado dos governantes da região durante as últimas décadas

Rei Juan Carlos I, visto ao lado da rainha Sofía (Dani Pozo/AFP)
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Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2012 às 18h00.

Madri - O rei da Espanha fará valer em Cádiz seu especial compromisso com a região ibero-americana, seus estreitos contatos com os líderes da região e sua condição de único líder que discursou nas 21 cúpulas anteriores, para defender a necessidade de reforçar a integração entre as nações desta comunidade.

Em um momento em que ressurge o debate sobre o formato destas reuniões e quando já se assumiu a decisão de mudar para bienal a periodicidade das cúpulas ibero-americanas a partir de 2013, Juan Carlos I se destaca como interlocutor privilegiado dos governantes da região durante as últimas décadas.

Apoiado nesta tarefa pelo príncipe das Astúrias - que representa a Espanha nas posses de todos os presidentes ibero-americanos e também participará da Cúpula de Cádiz -, o rei se transformou em um fator de unidade na região.

Embora sua frase mais midiática tenha sido a célebre ''Por que não se cala?'' que dirigiu ao venezuelano Hugo Chávez na Cúpula de Santiago do Chile de 2007, são numerosas as gestões realizadas pelo rei para favorecer o entendimento entre nações na região ibero-americana, fortalecer as relações da Espanha com os países da comunidade e encerrar crises diplomáticas.

De todas elas, uma das que maior repercussão pública teve foi a que conseguiu normalizar as relações entre Espanha e Cuba em 1998, após dois anos de tensões diplomáticas entre o governo de José María Aznar e o regime de Fidel Castro que começaram no desencontro entre os líderes na cúpula do Chile de 1996.

Uma reunião a portas fechadas entre Juan Carlos e Castro durante a reunião ibero-americana de Porto de 1998 selou a normalização das relações bilaterais e evidenciou o respeito e o apreço do líder cubano pela figura do monarca, que reforçou em público um ano depois em Havana, onde lhe recebeu em sua qualidade de anfitrião da cúpula de 1999.


Embora Aznar tenha deixado claro que não se davam as ''circunstâncias necessárias'' para uma visita de Estado dos reis a Cuba, único país da região ao qual não haviam viajado, Castro dispensou todo tipo de atenção e deferência a Juan Carlos, que percorreu com a rainha Sofía a área de La Habana Vieja em uma visita definida como ''caráter privado, embora com repercussão pública''.

O primeiro encontro do chefe de Estado espanhol com o controvertido líder cubano aconteceu precisamente por ocasião da primeira cúpula, realizada em Guadalajara (México) em julho de 1991, e a boa sintonia entre ambos favoreceu o desenvolvimento das sessões de trabalho, da mesma forma que na reunião ibero-americana seguinte, na qual o rei foi anfitrião em Madri.

A convocação de Juan Carlos a todos governantes ibero-americanos para trabalhar juntos em defesa do que os une marcou a Cúpula de 1993 em Salvador, na Bahia, de onde o casal real se deslocou ao México e inaugurou assim o costume de realizar após as cúpulas visitas oficiais pela região, uma tradição que manteve sempre que teve oportunidade.

Foi também uma constante nestas cúpulas o firme pedido do rei a todos os participantes para que respeitem e defendam os valores democráticos, além da busca de uma maior projeção internacional para a comunidade ibero-americana.

Com este fim, convidou o escritor peruano Mario Vargas Llosa à cúpula de 1992, inaugurou com a rainha a sede da Academia Mexicana da Língua após a reunião dominicana de 2002 e, às vésperas da cúpula de San José, na Costa Rica em 2004, se reuniu com Gabriel García Márquez na Colômbia e presidiu na Argentina o 3º Congresso Internacional da Língua.

A ausência de José Luis Rodríguez Zapatero em Mar del Plata, sede argentina da cúpula de 2010, tornou ainda mais visíveis os esforços de Juan Carlos para preservar e fortalecer a coesão da comunidade ibero-americana, um objetivo partilhado com o da defesa dos interesses econômicos espanhóis na região que lhe levou este ano a Brasil e Chile, onde manteve, além disso, reuniões com os presidentes de México, Colômbia e Peru.

Agora, perante a Cúpula de Cádiz, à qual a Espanha chega com o precedente de Salamanca-2005, que iniciou a Secretaria-Geral Ibero-Americana, o rei quis dar as boas-vindas a seus convidados com sua primeira mensagem de vídeo na internet, na qual lhes encoraja a dar um impulso renovado às reuniões e reforçar seu projeto comum com democracia, liberdade, igualdade e progresso.

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Madri - O rei da Espanha fará valer em Cádiz seu especial compromisso com a região ibero-americana, seus estreitos contatos com os líderes da região e sua condição de único líder que discursou nas 21 cúpulas anteriores, para defender a necessidade de reforçar a integração entre as nações desta comunidade.

Em um momento em que ressurge o debate sobre o formato destas reuniões e quando já se assumiu a decisão de mudar para bienal a periodicidade das cúpulas ibero-americanas a partir de 2013, Juan Carlos I se destaca como interlocutor privilegiado dos governantes da região durante as últimas décadas.

Apoiado nesta tarefa pelo príncipe das Astúrias - que representa a Espanha nas posses de todos os presidentes ibero-americanos e também participará da Cúpula de Cádiz -, o rei se transformou em um fator de unidade na região.

Embora sua frase mais midiática tenha sido a célebre ''Por que não se cala?'' que dirigiu ao venezuelano Hugo Chávez na Cúpula de Santiago do Chile de 2007, são numerosas as gestões realizadas pelo rei para favorecer o entendimento entre nações na região ibero-americana, fortalecer as relações da Espanha com os países da comunidade e encerrar crises diplomáticas.

De todas elas, uma das que maior repercussão pública teve foi a que conseguiu normalizar as relações entre Espanha e Cuba em 1998, após dois anos de tensões diplomáticas entre o governo de José María Aznar e o regime de Fidel Castro que começaram no desencontro entre os líderes na cúpula do Chile de 1996.

Uma reunião a portas fechadas entre Juan Carlos e Castro durante a reunião ibero-americana de Porto de 1998 selou a normalização das relações bilaterais e evidenciou o respeito e o apreço do líder cubano pela figura do monarca, que reforçou em público um ano depois em Havana, onde lhe recebeu em sua qualidade de anfitrião da cúpula de 1999.


Embora Aznar tenha deixado claro que não se davam as ''circunstâncias necessárias'' para uma visita de Estado dos reis a Cuba, único país da região ao qual não haviam viajado, Castro dispensou todo tipo de atenção e deferência a Juan Carlos, que percorreu com a rainha Sofía a área de La Habana Vieja em uma visita definida como ''caráter privado, embora com repercussão pública''.

O primeiro encontro do chefe de Estado espanhol com o controvertido líder cubano aconteceu precisamente por ocasião da primeira cúpula, realizada em Guadalajara (México) em julho de 1991, e a boa sintonia entre ambos favoreceu o desenvolvimento das sessões de trabalho, da mesma forma que na reunião ibero-americana seguinte, na qual o rei foi anfitrião em Madri.

A convocação de Juan Carlos a todos governantes ibero-americanos para trabalhar juntos em defesa do que os une marcou a Cúpula de 1993 em Salvador, na Bahia, de onde o casal real se deslocou ao México e inaugurou assim o costume de realizar após as cúpulas visitas oficiais pela região, uma tradição que manteve sempre que teve oportunidade.

Foi também uma constante nestas cúpulas o firme pedido do rei a todos os participantes para que respeitem e defendam os valores democráticos, além da busca de uma maior projeção internacional para a comunidade ibero-americana.

Com este fim, convidou o escritor peruano Mario Vargas Llosa à cúpula de 1992, inaugurou com a rainha a sede da Academia Mexicana da Língua após a reunião dominicana de 2002 e, às vésperas da cúpula de San José, na Costa Rica em 2004, se reuniu com Gabriel García Márquez na Colômbia e presidiu na Argentina o 3º Congresso Internacional da Língua.

A ausência de José Luis Rodríguez Zapatero em Mar del Plata, sede argentina da cúpula de 2010, tornou ainda mais visíveis os esforços de Juan Carlos para preservar e fortalecer a coesão da comunidade ibero-americana, um objetivo partilhado com o da defesa dos interesses econômicos espanhóis na região que lhe levou este ano a Brasil e Chile, onde manteve, além disso, reuniões com os presidentes de México, Colômbia e Peru.

Agora, perante a Cúpula de Cádiz, à qual a Espanha chega com o precedente de Salamanca-2005, que iniciou a Secretaria-Geral Ibero-Americana, o rei quis dar as boas-vindas a seus convidados com sua primeira mensagem de vídeo na internet, na qual lhes encoraja a dar um impulso renovado às reuniões e reforçar seu projeto comum com democracia, liberdade, igualdade e progresso.

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