Rei da Espanha inicia consultas para propor novo presidente
Os encontros com partidos minoritários nacionalistas abriram hoje o período de consultas do monarca espanhol
Da Redação
Publicado em 18 de janeiro de 2016 às 13h28.
Madri - O rei Felipe VI da Espanha iniciou nesta segunda-feira a obrigatória rodada de contatos para saber a opinião dos partidos com representação no parlamento antes de propor um candidato à chefia do governo espanhol, para a qual não foi vislumbrado acordo algum.
Os encontros com partidos minoritários nacionalistas abriram hoje o período de consultas do monarca espanhol, realizado sob ordem crescente de representação parlamentar e que durará toda a semana, em um cenário pós-eleitoral marcado pela falta de maiorias e pela incerteza.
O PP (no poder, centro-direita) foi o partido mais votado, obtendo 123 cadeiras, seguido pelo PSOE (socialistas) com 90; o partido de esquerda Podemos, com 69; e os liberais Ciudadanos com 40, seguidos por partidos de esquerda e nacionalistas.
Um mês depois das eleições legislativas de 20 de dezembro, ainda não está claro quem será o futuro chefe do Executivo espanhol e nem o sinal político que o governo terá.
E os dois partidos mais votados, PP e PSOE, mantêm suas posturas inamovíveis.
O presidente interino Mariano Rajoy se sente legitimado para tentar se manter no cargo (em que está há mais de quatro anos, desde a eleição anterior, quando o PP conquistou maioria absoluta no parlamento), e propôs aos socialistas uma grande coalizão, oferta que o líder da oposição, Pedro Sánchez, rejeitou hoje mais uma vez: "Não é não".
O presidente de governo interino criticou hoje o projeto dos socialistas de buscar "a todo custo um acordo com formações políticas independentistas, rupturistas e extremistas que desejam liquidar" o modelo da Constituição espanhola.
Rajoy voltou a estender a mão ao PSOE para formar uma grande coalizão que dê estabilidade parlamentar ao futuro Executivo, já que para ele, há muitas questões básicas que os unem e "muita margem" para se entenderem.
Por sua vez, o líder socialista garantiu hoje que o objetivo dos socialistas é "cumprir o mandato expressado nas urnas" e formar, se assim quiserem o resto de forças progressistas, um "governo de mudança que reconstrua o estado de bem-estar".
Sánchez advertiu que enquanto o PP busca "somar cadeiras" e um hipotético pacto para "se perpetuar no poder", seu partido promove o acordo com a esquerda parlamentar para constituir um "governo progressista e resolver os problemas das pessoas".
As possíveis opções de Sánchez passam por pactuar com formações políticas que apoiam o independentismo da Catalunha e, no caso do Podemos, que apoia um referendo vinculativo sobre esta questão, dois extremos que o PSOE recusa taxativamente e que gera divergências dentro do próprio partido.
Após a eleição do presidente do Congresso, o socialista Patxi López - a primeira vez desde o fim da ditadura franquista, em 1977, que não pertence à lista mais votada, os grupos parlamentares prosseguem as negociações para avançar no ordenamento das câmara alta e baixa.
Os primeiros acordos alcançados neste sentido apontam para o propósito do PSOE de aglutinar as formações progressistas e nacionalistas, embora um acordo formal para formar governo nacional não pareça próximo.
Assim que o rei tiver se reunido com os partidos minoritários e nacionalistas, Felipe VI receberá os quatro partidos com maior número de cadeiras, a partir de quinta-feira, quando se encontra com o líder do Ciudadanos, Albert Rivera.
Sexta-feira, o monarca se reunirá com Pablo Iglesias (Podemos), Pedro Sánchez (PSOE) e Mariano Rajoy (PP).
Posteriormente, sem data fixa, Felipe se reunirá com o presidente do Congresso, Patxi López, para informar qual é o seu candidato à presidência, provavelmente, caso não haja acordo explícito entre as formações progressistas, o líder do partido mais votado, Mariano Rajoy.
Nesse cenário de tamanha indefinição sobre o governo da Espanha, o primeiro debate de posse pode acontecer só nos primeiros dias do mês de fevereiro, disseram fontes parlamentares.
Para ser eleito presidente de governo da Espanha, o candidato deve obter maioria absoluta em primeira votação no parlamento (176 votos), e se não conseguir, em 48 horas acontece outra votação, em que só é necessário maioria simples.
Caso o candidato proposto não consiga os apoios suficientes em segunda votação, o monarca proporia outros candidatos com a mesma fórmula.
Se dois meses depois da primeira votação de posse nenhum candidato obter a confiança do Congresso, o rei dissolveria as duas Câmaras e convocaria novas eleições.
Madri - O rei Felipe VI da Espanha iniciou nesta segunda-feira a obrigatória rodada de contatos para saber a opinião dos partidos com representação no parlamento antes de propor um candidato à chefia do governo espanhol, para a qual não foi vislumbrado acordo algum.
Os encontros com partidos minoritários nacionalistas abriram hoje o período de consultas do monarca espanhol, realizado sob ordem crescente de representação parlamentar e que durará toda a semana, em um cenário pós-eleitoral marcado pela falta de maiorias e pela incerteza.
O PP (no poder, centro-direita) foi o partido mais votado, obtendo 123 cadeiras, seguido pelo PSOE (socialistas) com 90; o partido de esquerda Podemos, com 69; e os liberais Ciudadanos com 40, seguidos por partidos de esquerda e nacionalistas.
Um mês depois das eleições legislativas de 20 de dezembro, ainda não está claro quem será o futuro chefe do Executivo espanhol e nem o sinal político que o governo terá.
E os dois partidos mais votados, PP e PSOE, mantêm suas posturas inamovíveis.
O presidente interino Mariano Rajoy se sente legitimado para tentar se manter no cargo (em que está há mais de quatro anos, desde a eleição anterior, quando o PP conquistou maioria absoluta no parlamento), e propôs aos socialistas uma grande coalizão, oferta que o líder da oposição, Pedro Sánchez, rejeitou hoje mais uma vez: "Não é não".
O presidente de governo interino criticou hoje o projeto dos socialistas de buscar "a todo custo um acordo com formações políticas independentistas, rupturistas e extremistas que desejam liquidar" o modelo da Constituição espanhola.
Rajoy voltou a estender a mão ao PSOE para formar uma grande coalizão que dê estabilidade parlamentar ao futuro Executivo, já que para ele, há muitas questões básicas que os unem e "muita margem" para se entenderem.
Por sua vez, o líder socialista garantiu hoje que o objetivo dos socialistas é "cumprir o mandato expressado nas urnas" e formar, se assim quiserem o resto de forças progressistas, um "governo de mudança que reconstrua o estado de bem-estar".
Sánchez advertiu que enquanto o PP busca "somar cadeiras" e um hipotético pacto para "se perpetuar no poder", seu partido promove o acordo com a esquerda parlamentar para constituir um "governo progressista e resolver os problemas das pessoas".
As possíveis opções de Sánchez passam por pactuar com formações políticas que apoiam o independentismo da Catalunha e, no caso do Podemos, que apoia um referendo vinculativo sobre esta questão, dois extremos que o PSOE recusa taxativamente e que gera divergências dentro do próprio partido.
Após a eleição do presidente do Congresso, o socialista Patxi López - a primeira vez desde o fim da ditadura franquista, em 1977, que não pertence à lista mais votada, os grupos parlamentares prosseguem as negociações para avançar no ordenamento das câmara alta e baixa.
Os primeiros acordos alcançados neste sentido apontam para o propósito do PSOE de aglutinar as formações progressistas e nacionalistas, embora um acordo formal para formar governo nacional não pareça próximo.
Assim que o rei tiver se reunido com os partidos minoritários e nacionalistas, Felipe VI receberá os quatro partidos com maior número de cadeiras, a partir de quinta-feira, quando se encontra com o líder do Ciudadanos, Albert Rivera.
Sexta-feira, o monarca se reunirá com Pablo Iglesias (Podemos), Pedro Sánchez (PSOE) e Mariano Rajoy (PP).
Posteriormente, sem data fixa, Felipe se reunirá com o presidente do Congresso, Patxi López, para informar qual é o seu candidato à presidência, provavelmente, caso não haja acordo explícito entre as formações progressistas, o líder do partido mais votado, Mariano Rajoy.
Nesse cenário de tamanha indefinição sobre o governo da Espanha, o primeiro debate de posse pode acontecer só nos primeiros dias do mês de fevereiro, disseram fontes parlamentares.
Para ser eleito presidente de governo da Espanha, o candidato deve obter maioria absoluta em primeira votação no parlamento (176 votos), e se não conseguir, em 48 horas acontece outra votação, em que só é necessário maioria simples.
Caso o candidato proposto não consiga os apoios suficientes em segunda votação, o monarca proporia outros candidatos com a mesma fórmula.
Se dois meses depois da primeira votação de posse nenhum candidato obter a confiança do Congresso, o rei dissolveria as duas Câmaras e convocaria novas eleições.