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Refugiados sírios no Líbano correm risco de desnutrição

Cerca de dez mil sírios menores de cinco anos estão sofrendo de desnutrição aguda

Refugiados sírios: estudo tem como base uma amostra de cerca de 9.000 refugiados no Líbano, onde mais de 935 mil sírios se registraram com a ONU desde que a guerra começou em 2011 (Azad Lashkari/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 25 de fevereiro de 2014 às 14h57.

Beirute - Centenas de crianças sírias que fugiram para o Líbano para escapar da guerra civil estão sob o risco crescente de morrerem desnutridas, disseram organizações internacionais de ajuda humanitária em relatório nesta terça-feira.

A avaliação feita pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e outras agências concluiu que cerca de dez mil sírios menores de cinco anos estão sofrendo de desnutrição aguda, incluindo cerca de 1.800 que estão correndo risco de vida e precisam de tratamento imediato para sobreviver.

O estudo tem como base uma amostra de cerca de 9.000 refugiados no Líbano, onde mais de 935 mil sírios se registraram com a ONU desde que a guerra começou em 2011.

O Unicef alertou que a desnutrição em algumas partes do Líbano praticamente dobrou desde 2012, e o quadro pode ainda piorar.

Annamaria Laurini, representante do Unicef no Líbano, classificou a desnutrição como "uma ameaça nova e silenciosa entre os refugiados no Líbano" e disse que o problema está ligado a doenças, higiene precária, água imprópria para beber, falta de imunização e alimentação ruim das crianças.

"Estamos lidando com uma população que a cada dia fica mais pobre, o que significa menos acesso à comida e à nutrição adequada", disse.

Com um governo fraco e infraestrutura precária mesmo antes da crise síria, o Líbano tem dificuldades para dar conta dos refugiados, que, segundo estimativa do Banco Mundial, custarão cerca de 2,6 bilhões de dólares por três anos.


Países ocidentais têm se mostrado relutantes em enviar dinheiro diretamente para o governo do Líbano, que tem ministros do movimento político armado Hezbollah, considerado por Washington e seus aliados como uma organização terrorista.

A desnutrição também têm sido uma ameaça crescente para os civis ainda na Síria, onde combates e cercos impedem a chegada de comida a algumas localidades por semanas e até meses.

Não há um campo oficial para os refugiados sírios no Líbano. A maior parte deles vive com parentes ou amigos, moram em construções inacabadas ou em assentamentos informais.

Mais de mil dos casos mais graves de desnutrição foram identificados nos abrigos do Vale do Bekaa, junto à fronteira síria, onde há mais de 300 mil refugiados, a maior concentração no país.

Zeroual Azzeddine, nutricionista do Unicef, afirmou que, apesar do desenvolvido sistema de saúde, o Líbano enfrenta dificuldades para tratar a onda de desnutrição porque o problema praticamente não existia antes da crise síria.

Ele disse que o Unicef trabalha junto com o Ministério da Saúde e outras agências e que já tratou 400 casos até agora.

"Há uma necessidade de se preparar para uma crise", disse.

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Beirute - Centenas de crianças sírias que fugiram para o Líbano para escapar da guerra civil estão sob o risco crescente de morrerem desnutridas, disseram organizações internacionais de ajuda humanitária em relatório nesta terça-feira.

A avaliação feita pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e outras agências concluiu que cerca de dez mil sírios menores de cinco anos estão sofrendo de desnutrição aguda, incluindo cerca de 1.800 que estão correndo risco de vida e precisam de tratamento imediato para sobreviver.

O estudo tem como base uma amostra de cerca de 9.000 refugiados no Líbano, onde mais de 935 mil sírios se registraram com a ONU desde que a guerra começou em 2011.

O Unicef alertou que a desnutrição em algumas partes do Líbano praticamente dobrou desde 2012, e o quadro pode ainda piorar.

Annamaria Laurini, representante do Unicef no Líbano, classificou a desnutrição como "uma ameaça nova e silenciosa entre os refugiados no Líbano" e disse que o problema está ligado a doenças, higiene precária, água imprópria para beber, falta de imunização e alimentação ruim das crianças.

"Estamos lidando com uma população que a cada dia fica mais pobre, o que significa menos acesso à comida e à nutrição adequada", disse.

Com um governo fraco e infraestrutura precária mesmo antes da crise síria, o Líbano tem dificuldades para dar conta dos refugiados, que, segundo estimativa do Banco Mundial, custarão cerca de 2,6 bilhões de dólares por três anos.


Países ocidentais têm se mostrado relutantes em enviar dinheiro diretamente para o governo do Líbano, que tem ministros do movimento político armado Hezbollah, considerado por Washington e seus aliados como uma organização terrorista.

A desnutrição também têm sido uma ameaça crescente para os civis ainda na Síria, onde combates e cercos impedem a chegada de comida a algumas localidades por semanas e até meses.

Não há um campo oficial para os refugiados sírios no Líbano. A maior parte deles vive com parentes ou amigos, moram em construções inacabadas ou em assentamentos informais.

Mais de mil dos casos mais graves de desnutrição foram identificados nos abrigos do Vale do Bekaa, junto à fronteira síria, onde há mais de 300 mil refugiados, a maior concentração no país.

Zeroual Azzeddine, nutricionista do Unicef, afirmou que, apesar do desenvolvido sistema de saúde, o Líbano enfrenta dificuldades para tratar a onda de desnutrição porque o problema praticamente não existia antes da crise síria.

Ele disse que o Unicef trabalha junto com o Ministério da Saúde e outras agências e que já tratou 400 casos até agora.

"Há uma necessidade de se preparar para uma crise", disse.

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