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Reconciliação é primordial para verdadeiro Estado palestino

A Palestina ascendeu ao status de Estado observador da ONU, mas para especialistas um Estado completo só se firmará com a paz entre israelenses e palestinos

Membros da ONU aplaudem após a aprovação do status palestino: entre 14 e 21 de novembro, as hostilidades custaram as vidas de 174 palestinos e seis israelenses, na maioria civis (John Moore/Getty Images/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2012 às 12h58.

Ramallah - A ascensão da Palestina ao status de Estado observador da ONU pode ser um impulso para uma reconciliação nacional, sem a qual essa vitória não se traduzirá em um Estado por completo, de acordo com especialistas.

Após o voto da Assembleia Geral na quinta-feira à noite, a França fez um apelo, por meio de seu embaixador na ONU Gérard Araud, para que "os palestinos trabalhem sobre este êxito político para contribuir com as perspectivas de paz".

Por este objetivo, a França apoiou a "manutenção do combate ao terrorismo e que seja feito de tudo para acabar com os ataques" a Israel e por "uma reconciliação palestina, sem a qual uma solução é apenas uma miragem".

Pouco antes da votação, Israel citou a divisão entre a Cisjordânia, governada pelo presidente da OLP (Organização de Libertação da Palestina) e da Autoridade palestina Mahmud Abbas, e a Faixa de Gaza, controlada desde 2007 pelo Hamas, para recusar o pedido palestino.

"Esta resolução não mudará o fato de que a Autoridade palestina não tem nenhum controle sobre Gaza, ou seja, sobre 40% da população que ela afirma representar", declarou o embaixador israelense Ron Prosor.

"Presidente Abbas, o senhor não pode nem visitar metade do território do Estado que o senhor diz representar. Esse território é controlado pelo Hamas, reconhecido internacionalmente como uma organização terrorista", disse Prosor, lembrando os centenas de mísseis lançados contra Israel durante os recentes confrontos entre o Exército israelense e os grupos armados de Gaza.

Entre 14 e 21 de novembro, as hostilidades custaram as vidas de 174 palestinos e seis israelenses, na maioria civis. Elas também criaram um sentimento de união nacional palestina.


Na véspera da votação, Hanane Achraui, membro do Comitê executivo da OLP, anunciou um encontro a ser realizado em breve entre os dirigentes da OLP, que contará com o Hamas e o Jihad islâmico, que não são membros da organização.

Essa autoridade se reunirá após o retorno de Abbas dos Estados Unidos, afirmou Achraui, que disse também que será feita uma tentativa "de reunir os outros comitês" formados após o acordo de reconciliação concluído em 2011.

"Todos percebem que estas divisões políticas não podem continuar enfraquecendo a causa palestina", assegurou.

O número dois do Hamas, Mussa Abu Marzuk, falou de "um êxito político considerável, mas que nada mudará no território".

"Os palestinos devem unir suas forças e encontrar um programa nacional fundado na resistência, e então, sem dúvida, nós teremos um Estado dotado de soberania e membro por completo da ONU", declarou.

Mukhaimer Abu Saada, professor de Ciência Política da Universidade Al-Azhar de Gaza, enfatizou que "a união nacional seria uma grande vitória para os palestinos".

"Mahmud Abbas foi muito complacente com o Hamas durante as hostilidades", observou Saada em entrevista à AFP pouco após a conclusão do cessar-fogo.

"No passado, Abbas dizia que disparar foguetes contra Israel era um absurdo", lembrou, "dessa vez, Abbas criticou Israel por ter infligido danos e matado palestinos, mas não disse nada sobre o Hamas ou sobre a resistência".

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Ramallah - A ascensão da Palestina ao status de Estado observador da ONU pode ser um impulso para uma reconciliação nacional, sem a qual essa vitória não se traduzirá em um Estado por completo, de acordo com especialistas.

Após o voto da Assembleia Geral na quinta-feira à noite, a França fez um apelo, por meio de seu embaixador na ONU Gérard Araud, para que "os palestinos trabalhem sobre este êxito político para contribuir com as perspectivas de paz".

Por este objetivo, a França apoiou a "manutenção do combate ao terrorismo e que seja feito de tudo para acabar com os ataques" a Israel e por "uma reconciliação palestina, sem a qual uma solução é apenas uma miragem".

Pouco antes da votação, Israel citou a divisão entre a Cisjordânia, governada pelo presidente da OLP (Organização de Libertação da Palestina) e da Autoridade palestina Mahmud Abbas, e a Faixa de Gaza, controlada desde 2007 pelo Hamas, para recusar o pedido palestino.

"Esta resolução não mudará o fato de que a Autoridade palestina não tem nenhum controle sobre Gaza, ou seja, sobre 40% da população que ela afirma representar", declarou o embaixador israelense Ron Prosor.

"Presidente Abbas, o senhor não pode nem visitar metade do território do Estado que o senhor diz representar. Esse território é controlado pelo Hamas, reconhecido internacionalmente como uma organização terrorista", disse Prosor, lembrando os centenas de mísseis lançados contra Israel durante os recentes confrontos entre o Exército israelense e os grupos armados de Gaza.

Entre 14 e 21 de novembro, as hostilidades custaram as vidas de 174 palestinos e seis israelenses, na maioria civis. Elas também criaram um sentimento de união nacional palestina.


Na véspera da votação, Hanane Achraui, membro do Comitê executivo da OLP, anunciou um encontro a ser realizado em breve entre os dirigentes da OLP, que contará com o Hamas e o Jihad islâmico, que não são membros da organização.

Essa autoridade se reunirá após o retorno de Abbas dos Estados Unidos, afirmou Achraui, que disse também que será feita uma tentativa "de reunir os outros comitês" formados após o acordo de reconciliação concluído em 2011.

"Todos percebem que estas divisões políticas não podem continuar enfraquecendo a causa palestina", assegurou.

O número dois do Hamas, Mussa Abu Marzuk, falou de "um êxito político considerável, mas que nada mudará no território".

"Os palestinos devem unir suas forças e encontrar um programa nacional fundado na resistência, e então, sem dúvida, nós teremos um Estado dotado de soberania e membro por completo da ONU", declarou.

Mukhaimer Abu Saada, professor de Ciência Política da Universidade Al-Azhar de Gaza, enfatizou que "a união nacional seria uma grande vitória para os palestinos".

"Mahmud Abbas foi muito complacente com o Hamas durante as hostilidades", observou Saada em entrevista à AFP pouco após a conclusão do cessar-fogo.

"No passado, Abbas dizia que disparar foguetes contra Israel era um absurdo", lembrou, "dessa vez, Abbas criticou Israel por ter infligido danos e matado palestinos, mas não disse nada sobre o Hamas ou sobre a resistência".

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