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Reabertura de via no Japão facilita distribuição de ajuda

Via atravessa Sendai, cujo aeroporto está recebendo helicópteros e aviões das forças japonesas

Aeroporto de Sendai foi inundado pelo tsunami e ficou inoperante (U.S. Air Force photo/Staff Sgt. Samuel Morse)

Aeroporto de Sendai foi inundado pelo tsunami e ficou inoperante (U.S. Air Force photo/Staff Sgt. Samuel Morse)

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Da Redação

Publicado em 24 de março de 2011 às 11h28.

Tóquio - A reabertura de uma das principais estradas do nordeste do Japão acelerou nesta quinta-feira a entrega de ajuda nas zonas sacudidas pelo terremoto do dia 11 de março, que lutam para recuperar uma relativa normalidade com a ajuda de milhares de voluntários.

Treze dias depois da catástrofe que deixou, pelo menos, 9.737 mortos e 16.423 desaparecidos, nesta quinta-feira foram reabertos finalmente ao trânsito os 300 quilômetros da estrada Tokohu, que liga Tóquio às áreas mais afetadas pela tragédia.

Esta via atravessa cidades como Sendai, cujo aeroporto, com a pista totalmente inundada e soterrada por escombros, se transformou em uma das imagens da destruição causada pelo tsunami.

O aeroporto já está limpo e sua pista operando para helicópteros e aviões das Forças japonesas de Autodefesa (Exército), que trabalham com a ajuda da Sétima Frota dos Estados Unidos no Japão.

Os militares dos EUA dividiram mais de 200 toneladas de ajuda de emergência para atenuar os efeitos do terremoto, do tsunami e da crise nuclear, três desastres que transformaram esta missão humanitária na mais complexa até o momento, segundo as forças americanas.

Vinte navios, 140 aviões e cerca de 19 mil soldados americanos trabalham lado a lado com 100 mil militares japoneses para vasculhar as zonas devastadas e aliviar a situação das vítimas, que se concentram nas províncias de Iwate, Miyagi e Fukushima.

Até lá viajaram, além disso, milhares de voluntários japoneses e equipes internacionais: no total enviaram especialistas, material e doações cerca de 130 Governos, incluindo o do Haiti, assolado no ano passado por um terremoto que deixou 217 mil mortos.


À campanha pelos desabrigados se uniram muitos países pobres e, inclusive, regimes como o da Coreia do Norte, que apesar de não manter relações diplomáticas com o Japão anunciou nesta quinta-feira uma ajuda de US$ 600 mil.

A maior parte, US$ 500 mil, provêm do próprio líder norte-coreano, o excêntrico Kim Jong-il, e são destinados às associações pró-norte-coreanas no Japão. O restante é uma doação da Cruz Vermelha do país comunista, segundo a agência estatal "KCNA".

Com 18 mil casas destruídas e mais de 130 mil edifícios danificados, principalmente no litoral nordeste, as equipes de emergência habilitaram dois mil refúgios em lugares como escolas e ginásios onde se concentram mais de 200 mil evacuados.

As zonas assoladas se esforçam para voltar, pouco a pouco, à normalidade: muitas delas já restabeleceram a eletricidade e contam com um pouco de gasolina, e em algumas foram instalados bancos móveis para suprir as necessidades financeiras das vítimas.

Até o criticado baleeiro Nisshin Maru, uma enorme embarcação de oito mil toneladas que precisou interromper em fevereiro sua campanha de caça na Antártida por exigência de ecologistas, se unirá na sexta-feira aos esforços para levar ajuda aos desabrigados.

Em lugar de cetáceos, o barco transportará de Tóquio ao nordeste do Japão tanques de querosene, cinco toneladas de carvão e 100 mil porções de macarrão instantâneo, que serão divididos entre os locais mais remotos.

Enquanto continua a ajuda no terreno, o Governo prepara leis especiais para acelerar a reconstrução, que incluirão medidas como eximir de impostos os sobreviventes das zonas mais afetadas pela catástrofe, segundo a agência local "Kyodo".

De acordo com números oficiais, em Miyagi houve 5.714 mortes, em Iwate 2.939 e em Fukushima 812, enquanto os desaparecidos chegam a milhares.

Alguns moradores de Fukushima denunciam que a tragédia ficou ofuscada pela crise na usina de Daiichi, foco de emissões radioativas depois de ser gravemente danificada pelo tsunami do dia 11.

Em críticas recolhidas nesta quinta-feira pela agência "Kyodo", asseguram que os militares se concentraram mais nas tarefas de evacuar os arredores da central do que em procurar os desaparecidos.

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