"Rasputina" sul-coreana é condenada a 3 anos de prisão
A condenação, a primeira dentre várias acusações que pesam sobre ela, tem relação com a exigência de favores acadêmicos à sua filha
EFE
Publicado em 23 de junho de 2017 às 09h40.
Seul - Um tribunal condenou, nesta sexta-feira, Choi Soon-sil, conhecida como "Rasputina" e pivô do escândalo de corrupção que sacudiu a Coreia do Sul , a três anos de prisão por exigir favores acadêmicos para a sua filha, no que seria a primeira de várias acusações sobre ela.
Um tribunal do Distrito Central de Seul considerou Choi, de 61 anos, culpada de "obstrução do dever" ao exigir a responsáveis da Universidade de Mulheres Ewha que oferecessem um tratamento favorável para sua filha, fazendo uso da sua amizade com o ex-presidente da instituição acadêmica, Choi Kyung-hee, condenado a dois anos.
Especificamente, o Tribunal considera que Choi pressionou a universidade para que admitisse, no ano de 2015, sob uma espécie de bolsa de estudos para a filha (que é cavaleira profissional) e exigiu ao professores que dessem boas notas a jovem, que nunca realizou exames na instituição.
Originalmente, os promotores tinham pedido sete anos de prisão para Choi, amiga íntima da ex-presidente sul-coreana, Park Geun-hye, envolvida na trama e que também está presa após sua cassação em março.
Choi Soon-sil, que não tinha cargo público, mas que supostamente teve acesso a documentos oficiais e usou de sua amizade com a ex-presidente, é acusada, entre outros crimes, de extorquir US$ 50 milhões de empresas, em troca elas receberiam tratamento favorável do governo sul-coreano.
O Tribunal Constitucional ratificou a cassação de Park no dia 10 de março. Após ela perder sua imunidade presidencial a Promotoria solicitou um mandado de prisão preventiva que a presidente está cumprindo há quase três meses.
Filha do ditador Park Chung-hee - que governou a Coreia do Sul entre os anos de 1961 e 1979 - , Park Geun-hye também está sendo julgada e sobre ela pesam 18 acusações, entre elas suborno, abuso de poder, coação ou vazamento de documentos oficiais, que pode dar a ela no mínimo dez anos de prisão ou até mesmo a perpétua.