Quem são os 5 protagonistas da crise na Venezuela
Além do presidente Nicolás Maduro, nomes como o do opositor Henrique Capriles também aparecem no contexto de tensão interna
AFP
Publicado em 19 de abril de 2017 às 14h49.
Em meio a uma severa crise política e econômica na Venezuela , seguidores e detratores do presidente Nicolás Maduro marcham nesta quarta-feira em meio a temores de desestabilização e violência.
Estes são os cinco primeiros protagonistas da tensa situação venezuelana, que gera preocupação internacional.
Nicolás Maduro
Eleito em abril de 2013 para suceder seu mentor Hugo Chávez, que faleceu em março daquele ano, o presidente Maduro encara uma forte pressão pela escassez de alimentos e medicamentos, agravada pela queda dos preços do petróleo.
O presidente socialista, um ex-motorista de ônibus de 54 anos, conta com o apoio das instituições do Estado, com exceção do Parlamento, controlado pela oposição desde janeiro de 2016.
Henrique Capriles
Capriles é governador do estado de Miranda (norte) e em 2013 foi derrotado por Maduro por uma estreita margem de 1,5%. Este advogado de 44 anos foi a face mais visível dos esforços da oposição para substituir o governo.
No entanto, não poderia ser candidato em uma eventual eleição presidencial, já que foi inabilitado para aspirar a cargos públicos por 15 anos por supostas irregularidades em seu mandato como governador.
Capriles classificou Maduro de ditador, enquanto o presidente acusou o opositor de "golpista", "terrorista" e até mesmo com o insulto homofóbico "Capriloca".
Vladimir Padrino
Lideradas pelo ministro da Defesa, Vladimir Padrino, as Forças Armadas reafirmaram sua "lealdade incondicional" a Maduro, enquanto a oposição a convocou a ser leal à Constituição e a não reprimir suas marchas.
As manifestações opositoras terminam geralmente em confrontos violentos com as forças de segurança.
O analista político Benigno Alarcón disse que Maduro comprou a lealdade dos comandantes militares entregando a eles um enorme poder político e econômico.
Luis Almagro
Governos aliados de esquerda, como Cuba e Bolívia, apoiam Maduro em fóruns internacionais, enquanto os Estados Unidos e outros países latino-americanos, como Argentina, Brasil, Colômbia e México, manifestam sua preocupação pela democracia do gigantesco exportador de petróleo.
A voz mais crítica fora das fronteiras da Venezuela é a do uruguaio Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), que classifica Maduro de ditador e que pediu a aplicação de sanções contra o seu governo.
Credores
Apesar da crise, a Venezuela cumpriu com seus compromissos internacionais de dívida com credores como China e Rússia.
Atualmente, qualquer acordo para obter créditos de investidores estrangeiros, incluindo contratos de petróleo, devem ser aprovados pelo Legislativo de maioria opositora.
A estatal russa Rosneft "não parece preocupada com os questionamentos de legalidade da oposição para rejeitar novos empréstimos", disseram analistas da consultoria Eurasia em uma nota de 6 de abril. "O último parece preocupar os chineses", acrescentaram.