Quem é o chefe da Suprema Corte que vai liderar julgamento de Trump
John Roberts será uma figura central no drama da Presidência de Donald Trump nos próximos meses
Reuters
Publicado em 1 de janeiro de 2020 às 10h42.
Washington - O presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos , John Roberts, será uma figura central no drama da Presidência de Donald Trump nos próximos meses. Ele irá presidir um julgamento de impeachment no Senado, enquanto a Suprema Corte liderada por ele decidirá a respeito de uma disputa sobre as tentativas do presidente de manter em segredo seus registros financeiros.
O aguardado julgamento de impeachment se concentrará nas acusações de que Trump abusou de seu poder ao pedir à Ucrânia para investigar o ex-vice-presidente democrata Joe Biden. A Câmara dos Deputados, liderada pelos democratas, aprovou dois artigos de impeachment em 18 de dezembro, abrindo caminho para o julgamento no Senado, liderado pelos republicanos.
Roberts, normalmente reservado e moderado, de 64 anos, terá o papel amplamente simbólico de presidente, com os senadores dando os votos cruciais.
Mas é nos corredores revestidos de mármore da Suprema Corte, do outro lado da rua do edifício do Capitólio, escondidos das câmeras de TV, onde Roberts exerce poder real. Conhecido por sua abordagem cautelosa em casos importantes, ele possui um dos nove votos que decidirão até o final de junho se os registros financeiros de Trump podem ser divulgados aos comitês do Congresso liderados pelos democratas e a um promotor de Nova York.
As decisões do tribunal nesses casos --sobre o poder do Congresso e dos promotores locais de investigar um presidente em exercício-- estabelecerão precedentes que podem afetar não apenas Trump, mas também futuros presidentes.
O julgamento de impeachment será um período incomum e potencialmente desconfortável para o discreto Roberts, que prefere voar sob o radar, mesmo enquanto ele navega pelo tribunal de maioria conservadora na direção da direita durante a última década e meia.
"Minha percepção é de que o chefe não quer se tornar a história", disse a acadêmica Sarah Binder, da Brookings Institution, que não é partidária.