Quatorze países doam US$ 672 milhões a vítimas do Boko Haram
O montante, resultado de uma promessa de três anos, é destinado a uma região onde a ONU diz que 10,7 milhões de pessoas precisam de ajuda de emergência
AFP
Publicado em 24 de fevereiro de 2017 às 14h35.
Uma conferência de doadores para as vítimas do grupo extremista islâmico Boko Haram na Nigéria e países vizinhos do lago Chade terminou em Oslo nesta sexta-feira com promessas de 672 milhões de dólares, com a notável ausência dos Estados Unidos, anunciou a Noruega.
O montante, resultado de uma promessa de três anos, é destinado a uma região onde a ONU diz que 10,7 milhões de pessoas precisam de ajuda de emergência.
Quatorze países se comprometeram com a ajuda, desembolsando já este ano 457 milhões.
Os Estados Unidos, que mudaram de presidente em janeiro e planeja reduzir sua ajuda internacional, não propuseram nenhuma quantia em Oslo.
"Os Estados Unidos dizem que vão comunicar posteriormente a sua contribuição, portanto, não foi incluído" entre os doadores atuais, declarou o chanceler norueguês Børge Brende.
A ONU estima ser necessário 1,5 bilhão de dólares em ajuda em 2017 para a região do lago Chade, que inclui Nigéria, Níger, Camarões e Chade.
O vice-secretário-geral da ONU, Stephen O'Brien, declarou estar otimista sobre a meta anual. "Em uma manhã, arrecadamos um terço" do necessário, disse ele.
O Boko Haram pegou em armas em 2009 para criar um califado no norte da Nigéria, e para isso lança ataques indiscriminados na Nigéria, Níger, Camarões e Chade.
A região mais afetada é o nordeste da Nigéria. Na quarta-feira, pelo menos sete soldados foram mortos em um ataque do Boko Haram contra postos de controle do exército, de acordo com uma fonte dos serviços de segurança.
O conflito já matou 20.000 pessoas e fez mais de 2,6 milhões de deslocados.
"A Nigéria e os países banhados pelo lago Chade enfrentam uma das mais longas e graves crises humanitárias do mundo", disse o ministro das Relações Exteriores da Nigéria, Geoffrey Oneyama.
"Não podem cultivar a terra, os mercados cessaram suas operações, os preços dos alimentos subiram", declarou por sua vez o ministro do Desenvolvimento francês, Jean-Marie Le Guen.
"A resposta internacional continua a ser insuficiente", explicou.