Vladimir Putin: "autoridades de Kiev não quererem estabelecer um diálogo político" (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 1 de setembro de 2014 às 09h30.
Moscou - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou nesta segunda-feira o governo do presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, de não querer entabular um diálogo político real com os rebeldes das regiões orientais da Ucrânia.
"Considero que a causa principal (da crise) está em as atuais autoridades de Kiev não quererem estabelecer um diálogo político real com o leste de seu país", disse o chefe do Kremlin, citado pelas agências russas, na cidade de Yakutsk, a Sibéria Oriental.
Mas, ao mesmo tempo, Putin destacou que está por começar "um processo muito importante, um processo de conversas diretas".
O presidente russo se refere as consultas do grupo de contato formado por Ucrânia, Rússia e a Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), com participação dos separatistas pró-Rússia do leste ucraniano, previstas para hoje em Minsk.
Ele admitiu que deu trabalho impulsionar este mecanismo, mas que finalmente foi alcançado um acordo com Poroshenko, e o representante da União Europeia nas conversas, que acontecerão na capital bielorrussa.
Sobre a atual situação no leste da Ucrânia, onde há vários dias os separatistas pró-Rússia realizam um contra-ofensiva, Putin disse que o alvo dos milicianos é afastar as tropas ucranianas das cidades.
"O objetivo das milícias é fazer com que essas forças armadas e sua artilharia recuem, para que não atinjam bairros residenciais", explicou.
O presidente russo reforçou que a tarefa principal é salvar a população civil das cidades cercadas pelas tropas ucranianas.
"E isto é, infelizmente, o que muito países, também na Europa, preferem não ver", disse
Putin fez estas declarações em uma conversa com um jornalista da "BBC" durante uma visita ao Museu do Mamute da Universidade Federal do Nororiente.