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PT paulistano reage à aproximação de aliados a Kassab

Os petistas prepararam um documento reiterando a oposição ao prefeito e condenando a aproximação do PCdoB e do PDT à base kassabista

Os petistas não poupam críticas à atual administração, recordando as últimas enchentes, as dificuldades de melhoria no transporte público e na mobilidade urbana (Prefeitura de SP/Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de abril de 2011 às 17h29.

São Paulo - Incomodado com as investidas do prefeito Gilberto Kassab junto a tradicionais aliados petistas, o diretório municipal do PT em São Paulo discutirá neste fim de semana os rumos do partido na cidade. Os petistas prepararam um documento reiterando a oposição ao prefeito e condenando a aproximação do PCdoB e do PDT à base kassabista. "Eles estão agora na base do governo e o espaço para diálogo ficou mais restrito", reclamou o presidente do diretório municipal do PT, vereador Antonio Donato.

No documento, que será levado a votação no Congresso das Direções Zonais do partido, os petistas lembram que Kassab - com a criação do PSD - tenta implementar uma nova alternativa de projeto político em oposição ao PT e que não é possível se iludir com os acenos do prefeito à base de apoio da presidente Dilma Rousseff. "Temos consciência que (a aproximação) não encontra base social real, pois representa projetos antagônicos" diz o texto. "O PSD ainda nem está na base de governo da Dilma. E não temos por que apoiá-lo aqui só porque ele pode apoiar o governo Dilma", disse Donato.

O texto é dividido em política nacional, disputa eleitoral no Estado e o impacto da movimentação do prefeito na política municipal. "O prefeito não tem poupado esforços nessa tentativa (de se viabilizar como terceira via), oferecendo cargos e secretarias, base do acordo com o PCdoB e PDT na Câmara Municipal", dizem os petistas.

Eles afirmam que a percepção geral no partido é de que os antigos aliados agora fazem parte da base de Kassab, colocando-se ao lado do prefeito nas votações. "É importante destacar que, não fosse à adesão do PCdoB ao candidato kassabista (vereador José Police Neto, do PSDB), poderíamos ter eleito um presidente da Câmara do PT e criado também neste espaço institucional melhores condições de oposição ao governo municipal e às suas políticas", destaca o documento.

Críticas

Os petistas não poupam críticas à atual administração, recordando as últimas enchentes, as dificuldades de melhoria no transporte público e na mobilidade urbana e a nomeação de policiais militares para administrar subprefeituras, além das constantes manifestações públicas contra a gestão Kassab, entre elas os protestos contra o reajuste da tarifa de ônibus. "O PCdoB nem esteve conosco em relação ao aumento da tarifa", afirmou Donato.

O desconforto do PT municipal surpreendeu o PCdoB. "Acho desnecessária essa preocupação", comentou o presidente municipal do PCdoB, Wander Geraldo da Silva. Embora admita as discussões para integrar o governo Kassab, o dirigente nega que o apoio na Câmara esteja relacionado a distribuição de cargos. "Não recebemos nada, fizemos apenas uma composição", disse Wander, referindo-se à eleição do vereador Netinho de Paula como primeiro-secretário na chapa de Police Neto.

Wander ressaltou que o partido, embora seja parceiro do PT no âmbito nacional, tem autonomia para definir suas alianças regionais. "Se não veem com bons olhos, é um problema deles", afirmou. "Acho contraditório o PT nacional apoiar o PSD e o municipal não. Eles devem estar confusos", ironizou.

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São Paulo - Incomodado com as investidas do prefeito Gilberto Kassab junto a tradicionais aliados petistas, o diretório municipal do PT em São Paulo discutirá neste fim de semana os rumos do partido na cidade. Os petistas prepararam um documento reiterando a oposição ao prefeito e condenando a aproximação do PCdoB e do PDT à base kassabista. "Eles estão agora na base do governo e o espaço para diálogo ficou mais restrito", reclamou o presidente do diretório municipal do PT, vereador Antonio Donato.

No documento, que será levado a votação no Congresso das Direções Zonais do partido, os petistas lembram que Kassab - com a criação do PSD - tenta implementar uma nova alternativa de projeto político em oposição ao PT e que não é possível se iludir com os acenos do prefeito à base de apoio da presidente Dilma Rousseff. "Temos consciência que (a aproximação) não encontra base social real, pois representa projetos antagônicos" diz o texto. "O PSD ainda nem está na base de governo da Dilma. E não temos por que apoiá-lo aqui só porque ele pode apoiar o governo Dilma", disse Donato.

O texto é dividido em política nacional, disputa eleitoral no Estado e o impacto da movimentação do prefeito na política municipal. "O prefeito não tem poupado esforços nessa tentativa (de se viabilizar como terceira via), oferecendo cargos e secretarias, base do acordo com o PCdoB e PDT na Câmara Municipal", dizem os petistas.

Eles afirmam que a percepção geral no partido é de que os antigos aliados agora fazem parte da base de Kassab, colocando-se ao lado do prefeito nas votações. "É importante destacar que, não fosse à adesão do PCdoB ao candidato kassabista (vereador José Police Neto, do PSDB), poderíamos ter eleito um presidente da Câmara do PT e criado também neste espaço institucional melhores condições de oposição ao governo municipal e às suas políticas", destaca o documento.

Críticas

Os petistas não poupam críticas à atual administração, recordando as últimas enchentes, as dificuldades de melhoria no transporte público e na mobilidade urbana e a nomeação de policiais militares para administrar subprefeituras, além das constantes manifestações públicas contra a gestão Kassab, entre elas os protestos contra o reajuste da tarifa de ônibus. "O PCdoB nem esteve conosco em relação ao aumento da tarifa", afirmou Donato.

O desconforto do PT municipal surpreendeu o PCdoB. "Acho desnecessária essa preocupação", comentou o presidente municipal do PCdoB, Wander Geraldo da Silva. Embora admita as discussões para integrar o governo Kassab, o dirigente nega que o apoio na Câmara esteja relacionado a distribuição de cargos. "Não recebemos nada, fizemos apenas uma composição", disse Wander, referindo-se à eleição do vereador Netinho de Paula como primeiro-secretário na chapa de Police Neto.

Wander ressaltou que o partido, embora seja parceiro do PT no âmbito nacional, tem autonomia para definir suas alianças regionais. "Se não veem com bons olhos, é um problema deles", afirmou. "Acho contraditório o PT nacional apoiar o PSD e o municipal não. Eles devem estar confusos", ironizou.

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