Exame Logo

Protestos são pacíficos, mas provocam caos em NY

Mesmo sem nenhum caso grave de violência, os protestos em NY contra a impunidade policial deixaram mais de 280 detidos e um caos no trânsito

Manifestante ergue os braços em frente a policiais, durante bloqueio de avenida em Nova York (Timothy A. Clary/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2014 às 18h13.

Nova York - Mais de 280 detidos em duas noites de manifestação, nenhum caso grave de violência, porém caos no trânsito: americanos protestam em Nova York pela impunidade policial em vários casos de mortes de cidadãos negros , enquanto a cidade se prepara para o funeral de mais um jovem assassinado.

As diferentes marchas levadas adiante na quinta-feira à noite bloquearam a ponte de Brooklyn, tomada por manifestantes, o túnel Holland, que interliga à vizinha Nova Jersey, a West Side Highway, no oeste de Manhattan e a zona da Times Square.

Como resultado, a polícia realizou mais de 200 prisões, a maior parte delas sob a acusação de desordem pública, indicou nesta sexta-feira à AFP um porta-voz da força nova-iorquina.

Esse número é somado às 83 detenções efetuadas na quarta-feira, quando foi anunciada a decisão de um jurado de Staten Island de exonerar o policial branco Daniel Pantaleo, acusado de provocar a morte de Eric Garner, um homem negro de 43 anos, que resistia à prisão.

Enquanto isso, nesta sexta-feira, a família e os amigos de Akai Gurley, outro cidadão negro morto por um policial branco em Nova York, se preparam para participar de uma vigília a partir das 17H00 locais (19H00 no horário de Brasília) na Igreja Batista Brown Memorial, no Brooklyn, antes do funeral.

Gurley tinha 28 anos e estava desarmado quando foi baleado pelo jovem policial Peter Liang, no dia 20 de novembro.

No dia seguinte, quando os questionamentos se intensificaram, o chefe de polícia de Nova York, Bill Bratton, admitiu que a vítima era inocente, apresentando os fatos como uma tragédia.

Além de Nova York, também foram registradas mobilizações em Chicago, Boston, Filadélfia, Baltimore e Washington, onde também não há informações sobre casos graves de violência.

A estratégia escolhida pelos manifestantes da Big Apple, convocados por organizações como Stop Mass Incarceration e a Rede Nacional de Ação do reverendo Al Sharpton, são até o momento o de manifestações pacíficas.

Os mais radicais optaram pela desobediência civil, como a realização de barricadas para bloquear a passagem dos carros, sem incorrerem para a violência, enfrentamentos com a polícia ou saques, como foi o caso de Ferguson, depois da morte do jovem negro Michael Brown.

"As pertubações tiverem lugar principalmente em Manhattan. Elas impactaram a cidade, mas hoje tudo funciona; não há edifícios danificados nem pessoas nos hospitais", disse nesta sexta-feira o chefe da polícia nova-iorquina, Bill Bratton.

Pacto tácito com De Blasio

A atitude dos manifestantes parece respeitar um pacto tácito com o prefeito Bill de Blasio, que reafirmou o direito de protestar, mas destacou que a violência e a desordem são errôneos e improdutivos.

A polícia se mostrou mais prudente do que de costume, permitindo em certas ocasiões que as mobilizações se espalhassem pelas ruas, algo que não acontecia nos tempos de governo de Michael Bloomberg, quando os manifestantes não podiam sair das calçadas.

Na quinta-feira à noite, por exemplo, milhares de protestantes caminharam pela pista de carros da ponte de Brooklyn, que liga o bairro a Manhattan, e, uma vez ali, movimentaram-se de maneira improvisada sem respeitar as faixas isoladas pela polícia para o protesto.

Os manifestantes andavam entre os carros bloqueados, que buzinavam em sinal de apoio ou simplesmente esperavam a passagem do protesto.

Mas a relação entre o prefeito e a polícia é mais tensa, em particular depois das declarações de De Blasio sobre os conselhos que havia dado a seus filhos, que são mestiços, em relação aos "perigos que poderiam encontrar" em interações com as forças de segurança.

Nesse sentido, Patrick Lynch, o presidente da Patrolmen's Benevolent Association, que reúne inúmeros sindicatos de oficiais, acusou o prefeito na quinta-feira de ter jogado a polícia "debaixo de um ônibus" com suas críticas.

"Todos os nossos filhos e filhas caminham em segurança pelas ruas graças à polícia. É preciso temer os criminosos. Isso é o que se deve ensinar a eles", disse Lynch em uma conferência de imprensa.

Veja também

Nova York - Mais de 280 detidos em duas noites de manifestação, nenhum caso grave de violência, porém caos no trânsito: americanos protestam em Nova York pela impunidade policial em vários casos de mortes de cidadãos negros , enquanto a cidade se prepara para o funeral de mais um jovem assassinado.

As diferentes marchas levadas adiante na quinta-feira à noite bloquearam a ponte de Brooklyn, tomada por manifestantes, o túnel Holland, que interliga à vizinha Nova Jersey, a West Side Highway, no oeste de Manhattan e a zona da Times Square.

Como resultado, a polícia realizou mais de 200 prisões, a maior parte delas sob a acusação de desordem pública, indicou nesta sexta-feira à AFP um porta-voz da força nova-iorquina.

Esse número é somado às 83 detenções efetuadas na quarta-feira, quando foi anunciada a decisão de um jurado de Staten Island de exonerar o policial branco Daniel Pantaleo, acusado de provocar a morte de Eric Garner, um homem negro de 43 anos, que resistia à prisão.

Enquanto isso, nesta sexta-feira, a família e os amigos de Akai Gurley, outro cidadão negro morto por um policial branco em Nova York, se preparam para participar de uma vigília a partir das 17H00 locais (19H00 no horário de Brasília) na Igreja Batista Brown Memorial, no Brooklyn, antes do funeral.

Gurley tinha 28 anos e estava desarmado quando foi baleado pelo jovem policial Peter Liang, no dia 20 de novembro.

No dia seguinte, quando os questionamentos se intensificaram, o chefe de polícia de Nova York, Bill Bratton, admitiu que a vítima era inocente, apresentando os fatos como uma tragédia.

Além de Nova York, também foram registradas mobilizações em Chicago, Boston, Filadélfia, Baltimore e Washington, onde também não há informações sobre casos graves de violência.

A estratégia escolhida pelos manifestantes da Big Apple, convocados por organizações como Stop Mass Incarceration e a Rede Nacional de Ação do reverendo Al Sharpton, são até o momento o de manifestações pacíficas.

Os mais radicais optaram pela desobediência civil, como a realização de barricadas para bloquear a passagem dos carros, sem incorrerem para a violência, enfrentamentos com a polícia ou saques, como foi o caso de Ferguson, depois da morte do jovem negro Michael Brown.

"As pertubações tiverem lugar principalmente em Manhattan. Elas impactaram a cidade, mas hoje tudo funciona; não há edifícios danificados nem pessoas nos hospitais", disse nesta sexta-feira o chefe da polícia nova-iorquina, Bill Bratton.

Pacto tácito com De Blasio

A atitude dos manifestantes parece respeitar um pacto tácito com o prefeito Bill de Blasio, que reafirmou o direito de protestar, mas destacou que a violência e a desordem são errôneos e improdutivos.

A polícia se mostrou mais prudente do que de costume, permitindo em certas ocasiões que as mobilizações se espalhassem pelas ruas, algo que não acontecia nos tempos de governo de Michael Bloomberg, quando os manifestantes não podiam sair das calçadas.

Na quinta-feira à noite, por exemplo, milhares de protestantes caminharam pela pista de carros da ponte de Brooklyn, que liga o bairro a Manhattan, e, uma vez ali, movimentaram-se de maneira improvisada sem respeitar as faixas isoladas pela polícia para o protesto.

Os manifestantes andavam entre os carros bloqueados, que buzinavam em sinal de apoio ou simplesmente esperavam a passagem do protesto.

Mas a relação entre o prefeito e a polícia é mais tensa, em particular depois das declarações de De Blasio sobre os conselhos que havia dado a seus filhos, que são mestiços, em relação aos "perigos que poderiam encontrar" em interações com as forças de segurança.

Nesse sentido, Patrick Lynch, o presidente da Patrolmen's Benevolent Association, que reúne inúmeros sindicatos de oficiais, acusou o prefeito na quinta-feira de ter jogado a polícia "debaixo de um ônibus" com suas críticas.

"Todos os nossos filhos e filhas caminham em segurança pelas ruas graças à polícia. É preciso temer os criminosos. Isso é o que se deve ensinar a eles", disse Lynch em uma conferência de imprensa.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Metrópoles globaisNegrosNova YorkPaíses ricosProtestosProtestos no mundo

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame