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Protestos contra mineradora causam 12 mortes na Índia

Os manifestantes protestam pelo terceiro dia consecutivo contra uma usina mineradora da empresa Sterlite Copper

Índia: nos últimos dias ocorreu conflitos entre policiais e manifestantes (Danish Ismail/Reuters)

Índia: nos últimos dias ocorreu conflitos entre policiais e manifestantes (Danish Ismail/Reuters)

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EFE

Publicado em 24 de maio de 2018 às 11h56.

Nova Délhi - Milhares de pessoas estão se manifestando nesta quinta-feira, pelo terceiro dia consecutivo, contra uma usina da empresa Sterlite Copper, braço do grupo minerador britânico Vedanta Resources, no estado de Tâmil Nadu, no sul da Índia, um protesto que, desde o seu início, registrou incidentes de violência que resultaram na morte de 12 pessoas até agora.

Uma fonte da polícia do distrito de Tuticorin, onde acontecem os protestos contra a usina "poluente", confirmou hoje à Agência Efe que o número de mortos em enfrentamentos entre os manifestantes e as forças de segurança já chegou a 12, depois que uma pessoa morreu nas últimas horas.

Nos últimos dois dias, ocorreram enfrentamentos, com veículos incendiados e manifestantes lançando pedras contra a polícia, que respondeu com material antidistúrbio e munição letal.

As autoridades mantêm o toque de recolher e suspenderam os serviços de internet no distrito, de acordo com a fonte, o que não evitou que os protestos continuassem hoje, apesar de um tribunal de Chennai, a capital regional, ter ordenado ontem a paralisação da expansão da fábrica.

Além disso, as autoridades de Tâmil Nadu cortaram o fornecimento de eletricidade à instalação industrial e ordenaram o seu fechamento permanente, acrescentou a fonte policial, que pediu anonimato.

Sajith Attepuram, membro da organização Puthiya Podhuvudamai Iyakkam, que lidera os protestos, teme um aumento no número de mortes, já que os incidentes continuam.

Em declarações à Efe, Attepuram denunciou que a polícia está "ignorando" o protocolo que a obriga a utilizar canhões com jatos d'água e disparos de balas de borracha abaixo da cintura para dispersar os protestos e afirmou que há uma "violência impiedosa".

A organização Human Rights Watch (HRW) também pediu hoje às autoridades de Tâmil Nadu que lidem com os manifestantes conforme o estipulado pelas "leis internacionais".

"As autoridades do estado de Tâmil Nadu na Índia devem realizar uma investigação imediata, imparcial e transparente sobre os disparos da polícia contra os manifestantes contrários a uma usina de cobre, que já deixaram 12 mortos e 80 feridos ", afirmou a ONG em comunicado.

A Vedanta Resources confirmou em comunicado enviado hoje à Efe que a usina da Sterlite Copper permanece fechada e manifestou seu pesar pelas mortes ocorridas durante os protestos, e garantiu que cumpre com todas as regulações ambientais.

A batalha dos ambientalistas contra a Vedanta começou há 22 anos, quando a usina - cuja construção foi concluída em 1997 - era apenas um projeto, mas se intensificou em fevereiro deste ano por causa de um plano para a sua expansão, que foi rejeitado pela população local por seu impacto no meio ambiente.

Os manifestantes estão insatisfeitos com um projeto que causa "problemas de saúde e poluição" e que "põe em perigo o futuro da próxima geração", segundo Attepuram.

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