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Promotor investiga contatos de genro de Trump com chineses

A equipe de Mueller ainda não estabeleceu contato nem pediu informação a Kushner Companies, a empresa imobiliária da família Kushner

Ivanka Trump e Jared Kushner: Jared seguia vinculado à companhia durante o período de transição (Carlos Barria/Reuters)
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EFE

Publicado em 19 de fevereiro de 2018 às 22h44.

Washington - O promotor especial Robert Mueller, encarregado de investigar a trama russa, está averiguando os contatos de Jared Kushner, genro do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , com empresários chineses que queriam investir nas propriedades da família Kushner em Nova York, segundo revelou nesta segunda-feira a emissora de televisão "CNN".

Segundo a emissora, a equipe de Mueller fez interrogatórios em janeiro e fevereiro para saber mais sobre as tentativas da família Kushner para renovar seu edifício no número 666 da Quinta Avenida de Nova York, que tem 30% dos seus escritórios desocupados e que acumula uma dívida de US$ 1,2 bilhão.

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De acordo com a "CNN", que cita pessoas familiarizadas com o assunto, a equipe de Mueller ainda não estabeleceu contato nem pediu informação a Kushner Companies, a empresa imobiliária da família Kushner e da qual Jared se desvinculou para evitar conflitos como atual assessor de Trump.

No entanto, Jared Kushner seguia vinculado à companhia durante o período de transição, desde o triunfo eleitoral de Trump em novembro de 2016 até sua posse em 20 de janeiro de 2017.

A investigação de Mueller supostamente se centra nesse período, pois durante esses meses Kushner era o ponto de contato para os governos que queriam falar com Trump e chegou a "ter 50 contatos com pessoas de 15 países", segundo disse o próprio Kushner a um grupo de legisladores.

Segundo revelou em janeiro do ano passado o jornal "The New York Times", uma semana depois do triunfo de Trump, Kushner se reuniu com representantes do conglomerado chinês Anbang, dono do mítico hotel nova-iorquino Waldorf Astoria, que comprou em 2014 por US$ 1,95 bilhão.

Nesse momento, Kushner e o presidente do Anbang, Wu Xiaohui, estavam perto de chegar a um acordo sobre o edifício da Quinta Avenida, mas as negociações se interromperam em março.

O fim das negociações aconteceu depois que vários membros do Congresso expressaram sua preocupação com as várias conexões que existem entre o Anbang e o governo chinês, algo que poderia representar um conflito de interesse devido ao importante papel exercido por Kushner na Casa Branca.

A família Kushner comprou o edifício da Quinta Avenida por US$ 1,8 bilhão em 2007, justo antes da crise financeira e imobiliária.

Desde maio de 2017, Robert Mueller ocupa o cargo de promotor especial e se encarrega de investigar os possíveis laços entre membros da campanha do presidente e o governo russo, o qual as agências de inteligência dos EUA acusam de interferir nas eleições de 2016.

O cargo de promotor especial é independente do governo, razão pela qual se assegura a neutralidade da investigação.

Até o momento, Mueller acusou 13 russos e três companhias russas de interferir nas eleições de 2016.

Também apresentou acusações contra quatro pessoas relacionadas com o atual presidente: seu ex-assessor de segurança na Casa Branca Michael Flynn; seu ex-chefe de campanha, Paul Manafort; seu "número dois" na campanha, Rick Gates; e outro ex-assessor, George Papadopoulos, que trabalhou para o magnata durante as eleições.

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