Principais cidades da Síria respeitam cessar-fogo
Uma fonte da segurança informou que houve cerca de 10 bombardeios ao leste de Damasco
Da Redação
Publicado em 27 de fevereiro de 2016 às 16h52.
As principais cidades da Síria acordaram neste sábado sem o som de bombas, depois da entrada em vigor de um cessar-fogo entre o regime e os rebeldes - informaram militantes e o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Horas depois, porém, obuses caíram na capital, Damasco.
"Um pequeno número de terroristas de Duma e Jobar (setores ao leste de Damasco) disparou vários obuses contra bairros residenciais da capital", disse à agência oficial de notícias Sana uma fonte militar, que não classificou o episódio como uma violação da trégua.
Uma fonte da segurança informou que cerca de 10 obuses caíram sobre o bairro dos Abásidas, no leste da cidade.
O esperado cessar-fogo entrou em vigor à meia-noite local deste sábado (19h, sexta-feira de Brasília), após um acordo fechado entre Rússia e Estados Unidos com o apoio do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Este acordo afeta apenas as zonas de combate entre as forças do governo, que contam com o suporte da Aviação russa, e os rebeldes sírios. Estão excluídos os grupos Estado Islâmico (EI) e Frente al-Nosra, o braço sírio da Al-Qaeda. Ambos controlam mais de 50% do território.
Neste sábado, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, e o secretário de Estado americano, John Kerry, "saudaram" o cessar-fogo em uma conversa por telefone, anunciou a Chancelaria russa.
"Os chefes da diplomacia saudaram a entrada em vigor do cessar-fogo na Síria" e também trataram das "perspectivas de retomar as negociações de paz entre os sírios, no âmbito do Grupo Internacional de Apoio à Síria", acrescentou a nota do Ministério russo.
Apesar da esperança trazida pelo acordo, a complexidade de sua aplicação a longo prazo deixa os analistas céticos.
São "um dia e uma noite excepcionais para os sírios", afirmou o enviado da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, ressaltando que o dia de hoje será "crítico".
Para apoiar o acordo e impedir um erro de bombardeio, a Aviação russa anunciou a suspensão por um dia de todas as saídas de suas aeronaves na Síria, onde vem bombardeando zonas rebeldes e extremistas desde o final de setembro.
Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) e vários militantes, a calma prevalecia nas províncias de Homs e de Hama (centro), na de Damasco e na região de Aleppo (norte). Regiões insurgentes não foram alvo de ataques aéreos consecutivos.
A guerra acabou?
Na cidade de Aleppo, desde julho de 2012 transformada em um campo de batalha entre governo e insurgentes, vários habitantes de bairros rebeldes disseram à AFP que, se a trégua continuar, pretendem levar os filhos ao parque.
"Espero que a trégua dure e que o governo respeite seu compromisso, mesmo que seja por um curto período", disse à AFP Abu Nadim, de 40 años, no bairro rebelde de Bustan al-Qasr, em Aleppo.
Em Damasco, o estudante de Medicina Amar al-Rai, de 22 anos, comemora."Eu e meus amigos estamos felizes. É a primeira vez que acordo sem o barulho da artilharia, conta.
Segundo ele, um amigo que está exilado na Alemanha telefonou para saber: "então, a guerra acabou? Posso voltar?".
Próximo a Damasco, o comitê local de Daraya afirmou que tudo estava tranquilo. Os militantes postaram hashtags #SomosTodosDaraya", em solidariedade a esta localidade, excluída do cessar-fogo pelo governo, alegando que abriga a Frente al-Nosra. A oposição nega.
Combates em território extremista
Se a trégua durar e a ajuda humanitária chegar às zonas sitiadas, De Mistura convocará uma nova rodada de negociações de paz intersírias para 7 de março, em Genebra. As discussões fracassaram.
A trégua tem por objetivo favorecer uma solução política à guerra, que causou mais de 270.000 mortos e deslocou mais da metade da população.
Nas regiões com presença do EI e da Frente Al-Nosra, houve confrontos intermitentes, segundo o OSDH.
Neste sábado, as forças curdas e os aviões da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos bombardearam posições do EI, conseguindo expulsá-los de Tall Abyad (norte), após duros combates, nos quais cerca de 70 radicais e 20 curdos morreram, segundo o OSDH.
Em Janaser, no leste de Aleppo, houve confrontos entre o Exército e o EI. Além disso, seis pessoas morreram em dois atentados e pela explosão de uma bomba à entrada de Salamiya, na província de Hama.
As principais cidades da Síria acordaram neste sábado sem o som de bombas, depois da entrada em vigor de um cessar-fogo entre o regime e os rebeldes - informaram militantes e o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Horas depois, porém, obuses caíram na capital, Damasco.
"Um pequeno número de terroristas de Duma e Jobar (setores ao leste de Damasco) disparou vários obuses contra bairros residenciais da capital", disse à agência oficial de notícias Sana uma fonte militar, que não classificou o episódio como uma violação da trégua.
Uma fonte da segurança informou que cerca de 10 obuses caíram sobre o bairro dos Abásidas, no leste da cidade.
O esperado cessar-fogo entrou em vigor à meia-noite local deste sábado (19h, sexta-feira de Brasília), após um acordo fechado entre Rússia e Estados Unidos com o apoio do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Este acordo afeta apenas as zonas de combate entre as forças do governo, que contam com o suporte da Aviação russa, e os rebeldes sírios. Estão excluídos os grupos Estado Islâmico (EI) e Frente al-Nosra, o braço sírio da Al-Qaeda. Ambos controlam mais de 50% do território.
Neste sábado, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, e o secretário de Estado americano, John Kerry, "saudaram" o cessar-fogo em uma conversa por telefone, anunciou a Chancelaria russa.
"Os chefes da diplomacia saudaram a entrada em vigor do cessar-fogo na Síria" e também trataram das "perspectivas de retomar as negociações de paz entre os sírios, no âmbito do Grupo Internacional de Apoio à Síria", acrescentou a nota do Ministério russo.
Apesar da esperança trazida pelo acordo, a complexidade de sua aplicação a longo prazo deixa os analistas céticos.
São "um dia e uma noite excepcionais para os sírios", afirmou o enviado da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, ressaltando que o dia de hoje será "crítico".
Para apoiar o acordo e impedir um erro de bombardeio, a Aviação russa anunciou a suspensão por um dia de todas as saídas de suas aeronaves na Síria, onde vem bombardeando zonas rebeldes e extremistas desde o final de setembro.
Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) e vários militantes, a calma prevalecia nas províncias de Homs e de Hama (centro), na de Damasco e na região de Aleppo (norte). Regiões insurgentes não foram alvo de ataques aéreos consecutivos.
A guerra acabou?
Na cidade de Aleppo, desde julho de 2012 transformada em um campo de batalha entre governo e insurgentes, vários habitantes de bairros rebeldes disseram à AFP que, se a trégua continuar, pretendem levar os filhos ao parque.
"Espero que a trégua dure e que o governo respeite seu compromisso, mesmo que seja por um curto período", disse à AFP Abu Nadim, de 40 años, no bairro rebelde de Bustan al-Qasr, em Aleppo.
Em Damasco, o estudante de Medicina Amar al-Rai, de 22 anos, comemora."Eu e meus amigos estamos felizes. É a primeira vez que acordo sem o barulho da artilharia, conta.
Segundo ele, um amigo que está exilado na Alemanha telefonou para saber: "então, a guerra acabou? Posso voltar?".
Próximo a Damasco, o comitê local de Daraya afirmou que tudo estava tranquilo. Os militantes postaram hashtags #SomosTodosDaraya", em solidariedade a esta localidade, excluída do cessar-fogo pelo governo, alegando que abriga a Frente al-Nosra. A oposição nega.
Combates em território extremista
Se a trégua durar e a ajuda humanitária chegar às zonas sitiadas, De Mistura convocará uma nova rodada de negociações de paz intersírias para 7 de março, em Genebra. As discussões fracassaram.
A trégua tem por objetivo favorecer uma solução política à guerra, que causou mais de 270.000 mortos e deslocou mais da metade da população.
Nas regiões com presença do EI e da Frente Al-Nosra, houve confrontos intermitentes, segundo o OSDH.
Neste sábado, as forças curdas e os aviões da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos bombardearam posições do EI, conseguindo expulsá-los de Tall Abyad (norte), após duros combates, nos quais cerca de 70 radicais e 20 curdos morreram, segundo o OSDH.
Em Janaser, no leste de Aleppo, houve confrontos entre o Exército e o EI. Além disso, seis pessoas morreram em dois atentados e pela explosão de uma bomba à entrada de Salamiya, na província de Hama.