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Primeira-dama é impedida de sair do Peru por investigação

Nadine Heredia terá que pagar uma garantia de 50.000 soles (quase 15.000 dólares) pela "natureza extremamente grave do delito investigado", afirmou o juiz

Presidente do Peru e esposa: a acusação afirma que Nadine Heredia simulou contratos com algumas empresas para justificar os recursos (Mariana Bazo / Reuters)
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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2016 às 09h44.

A primeira-dama do Peru foi impedida de sair do país por quatro meses, enquanto é investigada por lavagem de dinheiro por, supostamente, não ter declarado recursos recebidos da Venezuela e de empresas brasileiras que foram usados na campanha de seu marido, o presidente Ollanta Humala.

A decisão judicial também afeta o irmão da primeira-dama, Ilan Heredia, e sua amiga Rocío Calderón.

A esposa do presidente terá que comparecer mensalmente a um tribunal e informar qualquer mudança de domicílio.

Os advogados dos três investigados anunciaram que pretendem apelar contra a medida.

Nadine Heredia terá que pagar uma garantia de 50.000 soles (quase 15.000 dólares) pela "natureza extremamente grave do delito investigado", afirmou o juiz Richard Concepción, responsável pelo caso.

A defesa da primeira-dama alega que o caso foi construído com base no depoimento de um "colaborador eficaz" (delator), que faz confissões em troca de benefícios judiciais e cujas afirmações não estão provadas.

Parte das investigações do promotor também estão baseadas em agendas da primeira-dama, com anotações de transferências de dinheiro, reuniões com empresários e possíveis financistas.

Em um primeiro momento, Heredia negou ser proprietária dos documentos, mas depois afirmou que os mesmos haviam sido roubados e reconheceu sua letra nas anotações. Para o juiz, isto configura uma conduta de "desvio da verdade".

O caso chegou aos tribunais a apenas seis semanas do fim do mandato de cinco anos de Humala, o que representa a primeira vez que a esposa de um presidente em exercício é envolvida em um caso judicial.

A acusação afirma que Nadine Heredia simulou contratos com algumas empresas para justificar os recursos.

Para o promotor Germán Juárez, a primeira-dama teria liderado uma organização criminosa que lavou o dinheiro que entrou no Partido Nacionalista entre 2006 e 2011, ano em que Humala foi eleito presidente.

O Ministério Público tenta determinar a origem dos fundos que financiaram as campanhas. A tese da promotoria é que o partido realizou aportes falsos de cinco milhões de soles (1,5 milhão de dólares).

Os fundos para financiar as campanhas procederam do então presidente da Venezuela Hugo Chávez e das empreiteiras brasileiras Odebrecht e OAS, segundo o promotor, que cita um "colaborador eficaz".

Juárez afirmou que tem em seu poder uma carta do falecido Chavez para Heredia, na qual cita o envio de dois milhões de dólares.

O advogado de defesa da primeira-dama, Eduardo Roy, rebateu o promotor e afirmou que tudo está baseado em "especulações".

Humala sempre negou ter recebido financiamento do governo venezuelano, mas admitiu o recebimento de doações legais do exterior.

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A primeira-dama do Peru foi impedida de sair do país por quatro meses, enquanto é investigada por lavagem de dinheiro por, supostamente, não ter declarado recursos recebidos da Venezuela e de empresas brasileiras que foram usados na campanha de seu marido, o presidente Ollanta Humala.

A decisão judicial também afeta o irmão da primeira-dama, Ilan Heredia, e sua amiga Rocío Calderón.

A esposa do presidente terá que comparecer mensalmente a um tribunal e informar qualquer mudança de domicílio.

Os advogados dos três investigados anunciaram que pretendem apelar contra a medida.

Nadine Heredia terá que pagar uma garantia de 50.000 soles (quase 15.000 dólares) pela "natureza extremamente grave do delito investigado", afirmou o juiz Richard Concepción, responsável pelo caso.

A defesa da primeira-dama alega que o caso foi construído com base no depoimento de um "colaborador eficaz" (delator), que faz confissões em troca de benefícios judiciais e cujas afirmações não estão provadas.

Parte das investigações do promotor também estão baseadas em agendas da primeira-dama, com anotações de transferências de dinheiro, reuniões com empresários e possíveis financistas.

Em um primeiro momento, Heredia negou ser proprietária dos documentos, mas depois afirmou que os mesmos haviam sido roubados e reconheceu sua letra nas anotações. Para o juiz, isto configura uma conduta de "desvio da verdade".

O caso chegou aos tribunais a apenas seis semanas do fim do mandato de cinco anos de Humala, o que representa a primeira vez que a esposa de um presidente em exercício é envolvida em um caso judicial.

A acusação afirma que Nadine Heredia simulou contratos com algumas empresas para justificar os recursos.

Para o promotor Germán Juárez, a primeira-dama teria liderado uma organização criminosa que lavou o dinheiro que entrou no Partido Nacionalista entre 2006 e 2011, ano em que Humala foi eleito presidente.

O Ministério Público tenta determinar a origem dos fundos que financiaram as campanhas. A tese da promotoria é que o partido realizou aportes falsos de cinco milhões de soles (1,5 milhão de dólares).

Os fundos para financiar as campanhas procederam do então presidente da Venezuela Hugo Chávez e das empreiteiras brasileiras Odebrecht e OAS, segundo o promotor, que cita um "colaborador eficaz".

Juárez afirmou que tem em seu poder uma carta do falecido Chavez para Heredia, na qual cita o envio de dois milhões de dólares.

O advogado de defesa da primeira-dama, Eduardo Roy, rebateu o promotor e afirmou que tudo está baseado em "especulações".

Humala sempre negou ter recebido financiamento do governo venezuelano, mas admitiu o recebimento de doações legais do exterior.

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