Presidente ucraniano promete falar de paz com Putin
Os dois presidentes se reunirão nesta ocasião em Belarus, na presença dos líderes da União Europeia
Da Redação
Publicado em 21 de agosto de 2014 às 19h10.
O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, prometeu nesta quinta-feira "falar de paz" com o seu colega russo Vladimir Putin durante uma cúpula regional prevista para 26 de agosto.
"Todo mundo está cansado de guerra", declarou Poroshenko, citado pela Presidência, acrescentando que convencerá Putin a "retirar os combatentes" rebeldes do leste da Ucrânia durante a cúpula regional em Minsk, capital de Belarus.
Os dois presidentes se reunirão nesta ocasião em Belarus, na presença dos líderes da União Europeia.
Nem Moscou nem Kiev comentaram sobre um encontro oficial entre Putin e Poroshenko, que seria o primeiro desde uma breve reunião na França em 6 de junho.
A Rússia é acusada pela Ucrânia e por alguns países ocidentais de facilitar o trânsito de armas e combatentes através da sua fronteira e de fornecer armas aos separatistas, o que Moscou sempre negou
A reunião em Minsk acontecerá após a visita a Kiev no sábado da chanceler alemã, Angela Merkel, em um gesto de apoio ao governo pró-ocidental.
A Ucrânia também anunciou nesta quinta-feira a apreensão de dois blindados do Exército russo durante a sua ofensiva para isolar ainda mais os rebeldes separatistas na fronteira com a Rússia.
O porta-voz militar ucraniano Andriy Lysenko declarou que o Exército havia capturado os dois veículos da divisão aerotransportada de Pskov na Rússia, junto com documentos de soldados russos que fugiram depois de uma batalha perto do reduto separatista de Lugansk.
Se essas informações forem confirmadas, será a primeira evidência do envolvimento de forças regulares russas no conflito no leste da Ucrânia.
Mas o Ministério russo da Defesa desmentiu essas informações, ironizando a "milésima 'prova' ucraniana".
Em outro âmbito, o ministro ucraniano da Economia, Pavlo Sheremeta, em desacordo com o primeiro-ministro, anunciou nesta quinta-feira sua renúncia coincidindo com o conflito bélico no leste do país e com a grave crise econômica.
"Em vez de lutar contra o sistema de ontem, decidi trabalhar com as pessoas que vão criar um sistema para o amanhã", indica em sua página no Facebook.
Sheremeta explicou à imprensa que a "linha vermelha" foi cruzada na quarta-feira quando o governo nomeou Valeri Piatnitski como representante comercial, apesar da oposição do ministro da Economia.
O Parlamento ainda deve aprovar a renúncia.
Economista formado nos Estados Unidos, Pavlo Sheremeta, de 43 anos, e seu ministério receberam críticas do primeiro-ministro Arseni Yatseniuk na semana passada, pela lentidão das reformas.