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Presidente do Peru pede "trégua nacional" no país, devastado por protestos

Boluarte reiterou, várias vezes, seu "lamento pelos mortos" nos protestos, que são pelo menos 46 diretamente relacionados com as manifestações

Dina Baluarte: "Minha renúncia resolveria a crise e a violência? Quem assumiria a Presidência da República?" (Lucas Aguayo/Getty Images)

Dina Baluarte: "Minha renúncia resolveria a crise e a violência? Quem assumiria a Presidência da República?" (Lucas Aguayo/Getty Images)

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AFP

Publicado em 24 de janeiro de 2023 às 17h05.

Última atualização em 24 de janeiro de 2023 às 17h20.

A presidente do Peru, Dina Boluarte, pediu, nesta terça-feira, 24, "uma trégua nacional" e a criação de "mesas de diálogo", em uma tentativa de apaziguar a grave crise social que sacode o país desde dezembro.

"Convoco a minha querida pátria para uma trégua nacional para poder estabelecer mesas de diálogo, para poder fixar a agenda por cada região e desenvolver nossos povos. Não me cansarei de convocar o diálogo, a paz e a unidade", disse Boluarte em uma entrevista coletiva para a imprensa estrangeira no Palácio de Governo, em Lima.

Boluarte reiterou, várias vezes, seu "lamento pelos mortos" nos protestos, que são pelo menos 46 diretamente relacionados com as manifestações, que foram retomadas em 4 de janeiro no Sul do Peru e mantêm bloqueios nas principais estradas do país.

Além disso, Boluarte descartou, mais uma vez, sua renúncia.

"Sairei quando tivermos convocado as eleições gerais [...] Não tenho a intenção de permanecer no poder", disse Boluarte de maneira taxativa, acrescentando que o Congresso, "sem sombra de dúvida", confirmará em fevereiro a antecipação das eleições, previstas para abril de 2024.

"Minha renúncia resolveria a crise e a violência? Quem assumiria a Presidência da República?", questionou a presidente, diante das perguntas dos jornalistas sobre sua permanência no cargo.

Os protestos começaram depois da destituição e prisão do ex-presidente de esquerda Pedro Castillo, em 7 de dezembro, quando ele tentou dissolver o Parlamento — controlado pela direita — que estava prestes a removê-lo do poder por suspeita de corrupção.

A crise social também é um reflexo da enorme lacuna entre a capital e as províncias andinas mais pobres do Sul, que apoiaram Castillo — que tem ascendência indígena — nas eleições de 2021.

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