Rafael Correa: presidente equatoriano afirmou que a" justiça internacional não é outra coisa que não a conveniência do mais forte, e os EUA é o mais forte" (Rodrigo Buendia/AFP)
Da Redação
Publicado em 29 de outubro de 2013 às 15h29.
Moscou - O presidente do Equador, Rafael Correa, declarou nesta terça-feira que se a espionagem em massa realizada pelos Estados Unidos tivesse sido feita por outros países, como o Equador ou a Venezuela, eles seriam tachados de criminosos e levados à Corte Internacional de Haia.
"Se essa espionagem tivesse sido realizada por Venezuela, Rússia, Equador ou Cuba, por exemplo, seríamos considerados ditadores, criminosos e levados para Haia. Mas, neste caso, não vai acontecer absolutamente nada, porque, infelizmente, a justiça internacional não é outra coisa que não a conveniência do mais forte, e os EUA é o mais forte", disse, em uma entrevista ao canal "Russia Today".
O presidente equatoriano, que está em visita por Moscou, ressaltou que os Estados Unidos se "acham acima do bem e do mal e isso acontece com frequência com os governos desse país e é expressado em sua política internacional".
"Nós somos parte de um mundo multipolar, democrático, onde se atua com base nas regras do jogo e não baseado em um governo de um país que se acha superior ao resto do mundo, e que, ao mesmo tempo, cai em tremendas contradições como a espionagem em massa que se evidenciou ultimamente", acrescentou.
O líder equatoriano ironizou que "no início, diziam que a espionagem era necessária para combater o terrorismo", e, por isso, questionou "se Angela Merkel é terrorista", em alusão ao fato de a chanceler alemã também ter tido seu telefone celular grampeado.
Em sua opinião, "a ordem mundial não só é injusta, é imoral", mas disse que acredita que "será alterada pelos cidadãos do Primeiro Mundo, uma vez que eles percebam que também são vítimas do império do capital".
"O Equador não tem pretensão de mudar a ordem mundial. Queremos proteger o nosso povo dessa injustiça, e isso requer a integração latino-americana. Unidos seremos mais fortes e teremos mais presença internacional", concluiu Correa.